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    Lupi recebeu diárias em viagem com compromiss​os partidário​s

    Em depoimento no Senado, ministro do Trabalho disse que foi apenas um dia e que se o processo foi irregular, devolve o dinheiro

    Lupi recebeu diárias em viagem com compromiss​os partidário​s (Foto: Wilson Dias/ABr)

    Evam Sena_247, em Brasília – À medida que o tempo passa, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, só se complica. Ele recebeu três diárias e meia durante viagem ao Maranhão, de 10 a 14 de dezembro de 2009, quando cumpriu compromissos partidários. Lupi é acusado de usar, durante essa viagem, jatinhos particulares como o turbo-hélice King Air, alugado por Adair Meira, que comanda uma rede de ONGs com convênios com o ministério no valor de R$ 10,4 milhões.

    De acordo com o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), o ministro recebeu o valor total de R$ 1.726,90 em diárias referentes a viagem de Brasília ao Maranhão. A diária é um direito do servidor público em viagens quando está em atividades oficiais. O próprio ministério afirmou que Lupi cumpriu “agenda oficial e partidária” no Maranhão. Os valores devem custear hospedagem e transporte e variam de acordo com o cargo e o destino. Também recebeu diárias, no valor de R$ 1.209,20, o assessor do ministro Fábio Borges de Abreu.

    Lupi está na manhã de hoje na Comissão de Assuntos Sociais do Senado para esclarecer as denúncias de que viajou em avião privado para o lançamento de programas de qualificação profissional em vários municípios do Maranhão. Questionado pelo líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), se ganhou diárias durante a viagem, o ministro afirmou que não se lembra e vai checar com o ministério.

    “Se recebeu diárias tem que devolver, pelo menos parte delas, porque o senhor disse aqui que foi em missão oficial e em missão partidária”, afirmou a senadora Marinor Brito (PSOL-PA). "Tenho que pegar os detalhes depois e te apresentar. [A princípio] só foi uma [diária] na sexta. Tinha também ação ministerial [durante a viagem]. Se [o recebimento de diárias] tiver irregular, eu devolvo”, respondeu o ministro.

    Durante depoimento, Lupi negou que tenha relação pessoal com Adair Meira e afirmou que o conheceu na viagem ao Maranhão, em 12 de dezembro de 2009, apresentado pelo seu então secretário de Políticas Públicas de Emprego, Ezequiel Souza Nascimento. O ministro afirmou que foi convidado por Ezequiel a entrar na aeronave, cujo aluguel foi “indicado” por Meira. Lupi negou que seja responsável por providenciar o avião. Primeiro, em nota, o ministério afirmou que as despesas foram pagas pelo diretório estadual do PDT, que negou o pagamento.

    Hoje, Lupi respondeu aos senadores que “quem tem que explicar o pagamento dessa aeronave não sou eu. Eu fui de carona com o Ezequiel. Compete à companhia aérea e ao Ezequiel explicarem. Eu não pedi aeronave”. “Quantos ministros na atividade corriqueira podem ter usado carro ou helicóptero de quem não conhece?”, questionou.

    O ministro foi questionado hoje pelo líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), se havia mentido em depoimento aos deputados, quando afirmou que não tem “relação nenhuma” com Adair Meira e que “nunca” andou em aeronaves particulares. Vídeo divulgado nesta semana mostra Lupi descendo do avião King Air e em eventos com Meira. O PSDB entrou ontem com representação contra Lupi na Procuradoria Geral da República (PGR) e no Comissão de Ética Pública da Presiência por crime de responsabilidade, alegando que o ministro mentiu.

    “O fato concreto, a materialidade do fato é que Vossa Excelência mentiu ao afirmar que não viajou naquele avião. O Ezequiel afirma que não pagou, o diretório do PDT afirma que não pagou. Não importa mais dizer quem pagou. É indiscutível que Vossa Excelência usou o avião e disse que não usou, o que configura crime de responsabilidade”, afirmou Álvaro Dias.

    “Nunca andei em aeronave pessoal dele [Meira], nem em outras aeronaves particulares. Ele já respondeu que não tem aeronave. Taxi-aéreo e avião fretado não é pessoal”, respondeu Lupi.

    O senador Pedro Taques (PDT-MT), correligionário de Lupi, pediu o afastamento do partido e do ministro do governo. “Politicamente, nós não temos mais condições de conduzir este ministério. A questão jurídica, nós vamos resolver na esfera adequada”, afirmou, mostrando a falta de apoio do partido a Lupi.

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