Mabel gargalha ao negar ter apoio de José Dirceu
Candidato a líder do PMDB na Câmara Federal, o deputado goiano acredita ter aval da maioria dos peemedebistas e que tentativa de associá-lo ao ex-ministro da Casa Civil é uma estratégia de “desconstrução” de sua imagem: “Não adianta, tenho 42 votos”; no início do ano, juiz federal de Brasília encaminhou ao Supremo inquérito que cita o parlamentar por suposto envolvimento no “golpe da creche”
Goiás247_ Pródigo em confusões, o deputado federal Sandro Mabel (GO), agora de volta ao PMDB, está convicto de que será o novo líder do partido na Câmara. Nas suas contas, teria o apoio de 42 pares, o que lhe daria a dianteira no processo. Na segunda-feira, diante da “denúncia” de que teria o apoio do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, reagiu às gargalhadas: “É puro desespero. Querem impedir minha vitória usando a desconstrução. Não adianta, tenho 42 votos."
A empreita de Mabel, no entanto, é complexa. Concorrem com ele os deputados Eduardo Cunha (RJ) e Osmar Terra (RS), preferidos do vice-presidente da República, Michel Temer. Nos bastidores da Câmara, há quem diga que Sandro Mabel deveria seguir o mesmo caminho do deputado cearense Danilo Forte. Ele desistiu da briga no PMDB por entender que não tinha “envergadura” necessária para pleitear o posto tão cobiçado, que era de Henrique Eduardo Alves, virtual presidente da Casa.
Sandro Mabel chegou ao PMDB no final de 2011 justamente após ser praticamente expulso do PR. O motivo foi outra presepada. O deputado lançou candidatura independente à Presidência da Câmara no mesmo ano, ignorando o fato de que o PR havia fechado compromisso com o petista Marco Maia, via Palácio do Planalto. Levou a candidatura até o fim para uma derrota com reflexos em seu futuro político.
Ao insistir na candidatura, sua situação dentro do partido ficou insustentável. O PR abriu processo disciplinar contra o deputado. Mabel ainda conseguiu um alívio ao obter decisão favorável do TSE que lhe permitiu deixar o PR sem correr o risco de perder o mandato. Pior de tudo foi ter entrado na lista de parlamentares não confiáveis do Planalto.
Creche
O nome de Mabel também é citado no caso do “golpe da creche”, que consistia em fraudes no pagamento de auxílio-creche e vale-transporte da Câmara e também na contratação de servidores fantasmas. O deputado diz que é vítima no processo. A defesa de Mabel afirma que o parlamentar foi enganado pelo seu motorista, que teria falsificado a assinatura dele.
No incío do mês, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, enviou para o Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito contra Mabel. “Constam nestes autos muitos elementos probatórios que dão conta da participação do deputado federal Sandro Mabel em formação de quadrilha, falsidade e estelionato”, escreveu o juiz.
Pela Constituição, o STF é foro indicado para processar e julgar membros do Congresso Nacional. O deputado já responde a outro inquérito no STF, por estelionato. O caso tramita em segredo de justiça.
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