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Mais uma evidência de que Marconi mentiu

Em reportagem, O Globo aponta estranhezas do caso, já visto como 'caso Elba' do tucano. Reforça que para a PF o imóvel de luxo foi vendido a Carlinhos Cachoeira, e destaca que financiamento foi quitado com 11 anos de antecedência. Ida de Marconi à CPMI é cada vez mais inevitável. O tucano Álvaro Dias reconhece: as ligações com Cachoeira estão documentadas. E se o próprio governador já disse que quer ir...

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Goiás 247 – O estranho caso da venda da casa onde Carlinhos Cachoeira foi preso continua deixando o governador Marconi Perillo (PSDB) em situação de xeque. Aliás, três cheques dão mais dor de cabeça ao tucano. Eles ligam Marconi a Cachoeira diretamente, embora ele jure que vendeu a casa para outro, o empresário Walter Paulo. O caso da casa de Marconi já é comparado ao caso Fiat Elba, de Collor. Foi este fiat que ligou o ex-presidente à corrupção. Neste sábado, O Globo traz mais informações.

"Na quinta-feira, em seu depoimento na CPMI, o delegado Matheus Mella Rodrigues revelou que Perillo teria recebido três cheques do sobrinho de Cachoeira como forma de pagamento. O delegado não tem dúvida de que o imóvel agora pertence a Cachoeira, embora, oficialmente, esteja em nome da Mestra Administração e Participação", diz a reportagem. Assim, fica cada vez mais inevitável a presence de Marconi na CPI. E se ele mesmo já disse que quer ir (leia aqui), então...

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A seguir, reportagem do 247 que explica o caso da casa e suas estranhezas e a reportagem de O Globo.

Marconi mentiu sobre casa. Palavra de delegado

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Goiás 247 - Um dos fatos a chamar mais a atenção quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada, em 29 de fevereiro, foi o local onde o chefe da máfia dos jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso. A casa, em um condomínio de luxo de Goiânia, havia pertencido ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), até início de 2011. A partir daí, a história da venda da casa chama a atenção pelas versões desencontradas e que colocam em xeque a palavra do governador de Goiás.

Pressionado pela imprensa sobre Cachoeira ter sido preso na casa que pertencera a ele, o governador informou que havia vendido a casa ao empresário Walter Paulo, proprietário da Faculdade Padrão. Walter Paulo, que tentou sem sucesso ser vereador em Goiânia na eleição de 2008, confirmou a versão do governador.

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Na época, início do mês de março, Walter Paulo afirmou ao jornal O Popular que havia comprado a casa para uma de suas filhas, mas não tinha tomado posse da propriedade. A casa estaria emprestada ao ex-vereador Wladimir Garcês, aliado de Perillo, que teria intermediado a venda ao empresário.

Posteriormente, o Brasil 247 teve acesso a cópia da transferência do imóvel. Para surpresa, a casa não estava em nome de Walter Paulo ou de alguma empresa de propriedade dele. Marconi havia transferido a escritura do imóvel a empresa Mestra – Administração e Participações Ltda. A Mestra pertence a Ecio Antonio Ribeiro e não tem nenhum vínculo formal com o dono da Padrão.

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Em depoimento a CPMI do Congresso, o delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Monte Carlo, Matheus Mela Rodrigues, trouxe informações novas sobre a negociação da casa que pertenceu ao governador Marconi Perillo e que jogam por terra as versões do governador e do empresário.

Rodrigues afirmou que o inquérito da Polícia Federal aponta que a casa foi paga com três cheques assinados por Leonardo de Almeida Ramos, sobrinho de Carlinhos Cachoeira.

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Leonardo, por sinal, teria sido nomeado para cargo no governo – o que só comprova ainda mais a influência de Cachoeira na gestão de Perillo. Leonardo de Almeida Ramos, de acordo com a PF, emitiu três cheques – um no valor de R$ 600 mil e outros dois de R$ 400 mil, totalizando o pagamento de R$ 1,4 milhão pelo imóvel de alto padrão. De acordo com o delegado da Polícia Federal, é necessário quebrar o sigilo bancário dos envolvidos para certificar de que o dinheiro foi entregue a Perillo.

Com o depoimento do delegado Matheus Rodrigues e a apuração feita pela Polícia Federal fica comprovado que foi Cachoeira, e não Walter Paulo, quem comprou a casa do governador. Porém, já haviam indícios nesse sentido.

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Gravações

Em escutas feitas pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira chega a falar com a atual mulher, Andressa, da necessidade de encontrar alguém para passar a escritura da casa, um laranja. Na conversa, Andressa demonstra contrariedade por querer que a residência fique em seu nome.

Em outra conversa grampeada pela Polícia Federal e mostrada pela revista Época, Carlinhos Cachoeira demonstra preocupação com Cláudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, pelo vazamento da informação de que ele (Cachoeira) teria comprado a casa que pertenceu a Marconi. No diálogo, Cláudio refuta o vazamento da informação e afirma que Rossine Guimarães, empresário também ligado ao contraventor, é que teria falado sobre a venda do imóvel.

São grandes as evidencias de que a empresa Mestra – Administração e Participações Ltda tenha servido de laranja para Carlinhos Cachoeira registrar o imóvel que adquiriu junto ao governador Marconi Perillo. A Mestra é uma microempresa com capital de R$ 20 mil, incompatível com a aquisição de um imóvel no valor de R$ 1,4 milhão.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria do governador Marconi Perillo informou que o governador não observou, na época, quem foi o emitente dos cheques. Ainda de acordo com a assessoria de Perillo, a informação sobre o comprador da casa ser o empresário Walter Paulo é creditada a Wladimir Garcêz, autor da negociação.

 

O Globo:

Venda de casa é novo problema para o governador Marconi Perillo

Segundo a PF, imóvel de luxo foi vendido a Cachoeira; financiamento foi quitado com 11 anos de antecedência

Chico de Gois e Roberto Maltchik

BRASÍLIA - Quatro meses antes de vender a casa que, segundo a Polícia Federal, foi paga com cheques de parentes do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo, quitou um financiamento de R$ 348 mil que havia feito com a Caixa Econômica Federal (CEF), em 2006, quando adquiriu o imóvel. Concluída em março de 2011, a quitação, feita em pouco mais de quatro anos dos 15 previstos no financiamento, ainda não está devidamente esclarecida e foi citada pelo delegado Matheus Mella Rodrigues em depoimento na CPI do Cachoeira.

Em 2010, a declaração que Perillo apresentou à Justiça Eleitoral não lista recursos ou aplicações para saldar a dívida. Procurada, a assessoria do governador, primeiro, informou que tudo estava registrado na declaração de Imposto de Renda apresentada este ano à Receita Federal. Indagada se poderia apresentar a declaração, a assessoria se limitou a dizer que a quitação foi feita com a venda de bens e empréstimos. Mas não informou quais bens foram vendidos, o valor do empréstimo e de quem foi tomado. Perillo comprou a casa no luxuoso condomínio Alphaville em 22 de novembro de 2006, de acordo com certidão de matrícula registrada no 4º Cartório de Goiânia. Na época, de acordo com os documentos, pagou R$ 202 mil com recursos próprios e financiou R$ 348 mil. O imóvel custou R$ 550 mil e foi adquirido do casal Waldir Lourenço de Lima e Maria Inês Nunes.

O financiamento foi feito com a Caixa Econômica Federal. O prazo para pagamento da dívida foi de 180 meses (15 anos), e as prestações mensais foram de R$ 6.709,82, pelo Sistema de Amortização de Crédito (SAC), pelo qual o valor é reduzido minimamente mês a mês. O vencimento da primeira parcela, ainda de acordo com os documentos, foi em 13 de dezembro de 2006.

Em 30 de março do ano passado, a CEF deu autorização para o cancelamento do financiamento e da hipoteca. O pagamento da dívida, segundo a Caixa, ocorrera em 18 de março de 2011. A venda da casa para a Mestra Administração e Participação se deu em 13 de julho do mesmo ano. Ao GLOBO, Perillo disse que, "pela informação de que disponho, a acionista majoritária desta empresa é uma filha do professor Valter Paulo, que já declarou ter sido ele o comprador da casa". Porém, na escritura do imóvel, o único sócio que aparece é Écio Antônio Ribeiro. E quem estava morando na casa era Carlinhos Cachoeira, que, inclusive, foi preso nela no dia 29 de fevereiro.

Dias antes de Marconi quitar o débito com a CEF, a Polícia Federal captou um diálogo entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e Carlinhos Cachoeira. A conversa ocorreu dia 2 de março, às 21h, e durou menos de um minuto. O senador diz a Carlinhos que precisava falar com ele ou com Wladimir Garcez, ex-vereador em Goiânia e braço-direito do contraventor. Demóstenes diz que se trata de um recado de Perillo para Cachoeira, mas não dá mais explicações. Garcez foi o intermediário da venda da casa do governador.

Também na véspera da venda da casa em Alphaville, a PF flagrou diversas conversas entre Cachoeira e membros da organização criminosa tratando justamente da venda de um imóvel. Na quinta-feira, em seu depoimento na CPMI, o delegado Matheus Mella Rodrigues revelou que Perillo teria recebido três cheques do sobrinho de Cachoeira como forma de pagamento. O delegado não tem dúvida de que o imóvel agora pertence a Cachoeira, embora, oficialmente, esteja em nome da Mestra Administração e Participação.

Depoimento do governador é tido como inevitável

O PSDB está se preparando para enfrentar na próxima semana uma ofensiva dos governistas da CPI do Cachoeira para aprovar a convocação de Perillo. Nesta sexta-feira, o presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), e o líder no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmaram que o próprio governador goiano já se dispôs a comparecer à CPI, mas cobraram que também sejam convocados os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do Rio, Sérgio Cabral, citados no escândalo do Cachoeira.

Dias reconhece que é inevitável o depoimento de Perillo — as ligações com Cachoeira estão documentadas. Mas a estratégia do PSDB é pedir na reunião do dia 17 que os requerimentos sobre convocação de governadores sejam votados em bloco.

— É inevitável, e ele já pediu para vir. Não estamos condicionndo a sua vinda à dos outros governadores, mas não é justo dois pesos e duas medidas — disse Álvaro Dias.

— O Marconi já se dispôs a ir. O PT só está arrombando uma porta aberta. É importante dizer: ele foi o único que se dispôs a ir à CPI — completou Guerra.

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