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Mal avaliado, Garcia tira votos de Iris em Goiânia

Em 2014, cacique peemedebista terá de explicar apoio incondicional ao pupilo, que, reeleito no primeiro turno com 57,68% da preferência do eleitorado, teve avaliação positiva medida em abissais 18,2% pela pesquisa Serpes; indicador é uma evidência da miopia política do petista, que, crendo na onipotência das urnas, tomou medidas impopulares como a revisão do Plano Diretor e um aumento abusivo de 11% na tarifa do transporte coletivo

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Realle Palazzo-Martini - Goiás247_ Favorito para encabeçar a chapa da oposição na disputa pelo governo de Goiás em 2014, o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) tem agora um problema a mais para administrar. Precisará explicar para o eleitor goianiense as razões do apoio incondicional dado ao petista Paulo Garcia, prefeito reeleito da Capital, cuja avaliação positiva foi medida pelo Serpes a pedido do jornal O Popular em rasos 18,2%.

A comparação pode ser imprópria do ponto de vista metodológico, mas politicamente é impossível deixar de notar que, vencedor das eleições de 2012 já no primeiro turno, com 57,68% dos votos, a dilapidação do capital político de Paulo Garcia de lá para cá é espantosa, quase 40%. Não é, porém, inexplicável. Célebre no bastidor, motivo de análises entre articulistas, a arrogância do prefeito foi inflada por seu sucesso nas urnas. Fez-se notada pelo cidadão comum.

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Um exemplo. Paulo desconsiderou solenemente os rogos da oposição na Câmara Municipal e da sociedade. Com mão de ferro, martelou até mesmo aliados históricos, correligionários, para garantir a aprovação de uma revisão extemporânea do Plano Diretor contra os interesses da coletividade – o maior, talvez o único beneficiado com a mudança, foi a empresa Hypermarcas, que está entre as maiores financiadoras das campanhas do PT.

Mas, se o prefeito julgou-se ungido pelas urnas para promover mudanças urbanísticas profundas sem o devido debate, a sociedade acaba por dar-lhe um choque de realidade. Primeiro, nas críticas contumazes de instituições do calibre da Universidade Federal de Goiás, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público Estadual. Depois, por uma condenação judicial de improbidade. Por fim, o eleitor exige que o prefeito reoriente a bússola de sua atuação político-administrativa, hoje apontada para o abismo.

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Os números do Serpes revelam que Garcia está na lona. O prefeito foi rebaixado da posição de governadoriável (aparece com mísero 1,5%) para a de peso morto. Para poder ajudar o padrinho Iris Rezende, terá de se levantar rapidamente, reconciliar-se com um eleitor cada vez mais desconfiado, insatisfeito e, como se vê nas ruas, indignado, disposto a mudar.

É preciso admitir que parte dessa indignação foi insuflada pelo próprio Garcia, que num timing impressionantemente desastrado, promoveu a fórceps o maior aumento percentual (11%) na tarifa do transporte coletivo entre as capitais brasileiras. Ele e sua equipe não foram capazes de antever o turbilhão que invadiria as ruas do Brasil, apesar dos alertas locais do Movimento do Passe Livre. Teve de recuar rapidamente, não sem antes ser desautorizado pela Justiça, que anulou o reajuste.

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Ainda sobre o tema, Garcia terá de peitar o poderoso Setransp, não permitindo que o Citybus, serviço de transporte seletivo de Goiânia, deixe de circular. O prefeito deixou que fosse feito um balão de ensaio, anunciado o fim do serviço, e novamente a repercussão foi péssima. O Citybus é o que mais se aproxima da qualidade que a população deseja para o transporte coletivo. Excluí-lo será atrair contra si a fúria dos jovens do MPL.

Curiosamente, o Citybus foi uma imposição de Iris ao Setransp à época da licitação do transporte, para dar uma satisfação à sociedade, que queria experimentar algo que o transporte alternativo fracassou em oferecer. As empresas espernearam, mas Iris não cedeu. O cacique peemedebista tem aguçado senso de sobrevivência política, o que falta a Garcia.

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Prefeito, Iris recuou diante de diversos interesses corporativos e econômicos na Capital, como no caso dos parquímetros da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Não foram muitos, é verdade, mas mediando com sensibilidade política benefícios e desgastes, confrontou interesses poderosos em benefício da boa convivência com seu eleitorado. Falta essa sensibilidade a Garcia, que agora arrisca-se a converter-se no grande equívoco estratégico do padrinho.

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