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    Manifestantes acampam por casas populares em SP

    Membros do Movimento Moradia Casa Dez estão acampados em frente à sede da prefeitura, no Viaduto do Chá, há mais de 15 horas, à espera de conversa com o prefeito Fernando Haddad; no início da tarde, o secretário de Relações Governamentais, João Antonio da Silva Filho, aceitou receber o grupo, contanto que as barracas fossem retiradas

    Manifestantes acampam por casas populares em SP

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    Fernanda Cruz
    Repórter da Agência Brasil

    São Paulo – Os manifestantes do Movimento Moradia Casa Dez, que reivindicam a construção de casas populares na capital, estão acampados em frente à sede da prefeitura, no Viaduto do Chá, há 15 horas. As famílias dizem que vão permanecer no local até serem recebidas pelo prefeito Fernando Haddad.

    No início da tarde, o secretário de Relações Governamentais, João Antonio da Silva Filho, aceitou receber o grupo, contanto que as barracas fossem retiradas. A exigência foi feita por se tratar de uma região de intenso movimento, no centro da cidade, e as obstruções das calçadas representam riscos de acidentes, como atropelamentos. Os manifestantes, porém, negam-se a deixar o local e disseram que não participariam da reunião.

    Paulo Roberto Nunes Viana, líder do movimento, informou que o grupo reivindica o início da construção de 55 mil moradias populares, a desapropriação de três terrenos - dois na Vila Liviero e outro em Interlagos - e o oferecimento de aluguel social para 1,5 mil famílias na cidade.

    A assessoria de imprensa da secretaria, por sua vez, informou que o programa habitacional do município já está em andamento. Com relação às desapropriações e ao aluguel social, seria preciso, primeiramente, que os manifestantes aceitassem se reunir para que as sugestões fossem encaminhadas à Secretaria de Habitação.

    Durante uma visita a obras em Paraisópolis, periferia da cidade, o prefeito Fernando Haddad reforçou que a meta de construir 55 mil moradias até 2016 será cumprida. "Já temos 17 mil [casas] em execução e, até o fim de julho, vamos doar mais terrenos para a Caixa [Econômica Federal] para 3 mil novas unidades. Vamos totalizar, então, novas 20 mil em execução neste mês".

    O prefeito declarou também que tem feito audiências com movimentos socais, mas que a destinação das moradias seguirá parâmetros. "Estou aberto a me reunir sempre que precisar para explicar que não vou poder destinar 55 mil moradias só para entidades organizadas", disse Haddad. Ele citou uma reunião com outras lideranças de moradia que ocorreu na semana passada, mas o Moradia Casa Dez não estava presente.

    O Movimento Moradia Casa Dez tem 3 mil famílias à espera de solução. Uma dessas é a família de Aristeu Floriano de Oliveira, vigilante. Ele mora de aluguel em uma pequena casa na cidade de Diadema, na grande São Paulo. Aristeu reclama que seu orçamento fica comprometido todo mês por conta do valor que paga em aluguel. "Eu pago 450 reais num quarto e cozinha. Ganho pouco e praticamente 50% do que eu ganho vai para o aluguel". O vigilante contou que faz parte do Movimento Moradia Casa Dez há 4 anos. "Estamos lutando pelo nosso objetivo, de ter uma casa, e pretendo ficar aqui até o fim", disse.

    José Emerson da Silva, mecânico, disse que já chegou a deixar de comer para pagar o aluguel. "A gente passa necessidade às vezes", disse. Ele contou que mora em Heliópolis, na zona sul da capital, com sua esposa e dois filhos. "Hoje, é difícil você financiar um apartamento, uma casa. O salário é baixo e também prejudica. Pago 600 reais de aluguel".

    Edição: Marcos Chagas

     

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