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Manuela: ‘como foi estar ao lado de Bolsonaro defendendo Ustra?’

A sessão de votação do impeachment da presidenta Dilma na Câmara dominou os debates na abertura da sessão plenária da Assembleia Legislativa gaúcha; deputado Tiago Simon (PMDB), filho do senador Pedro Simon, elogiou o que aconteceu, pois, segundo ele, votos dos deputados expressaram a vontade da maioria absoluta da população brasileira; deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) questionou Tiago Simon e os deputados dos partidos que votaram a favor do impeachment: “Como foi estar ao lado do Bolsonaro defendendo o coronel Brilhante Ustra?”; “Mas há males que vem para bem”, acrescentou; “O Congresso se despiu. Os defensores do golpe expuseram aquilo que eles são. Ficaram pelados, nus”

19/04/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Debates e votações na AL. Foto: Guilherme Santos/Sul21 (Foto: Leonardo Lucena)
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Marco Weissheimer, Sul 21 - A sessão de votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, realizada no último domingo (17) na Câmara dos Deputados, dominou os debates na abertura da sessão plenária da Assembleia Legislativa gaúcha, na tarde desta terça-feira (19). Como era de se esperar, a polarização política na qual o país está mergulhado manifestou-se com força no plenário. As diferenças não foram apenas entre ser contra ou a favor do impeachment, ou de considerar o impeachment um golpe ou não. Um dos debates mais acalorados esteve relacionado ao sentido daquilo que a população brasileira assistiu ao vivo no domingo durante a votação dos deputados, marcada por inúmeros votos dedicados a Deus, à família e a ordens religiosas.

O deputado estadual Tiago Simon (PMDB), filho do senador Pedro Simon, elogiou o que aconteceu domingo na Câmara dos Deputados. Para ele, os votos dos deputados expressaram a vontade da maioria absoluta da população brasileira e representaram uma “vitória da democracia”. Para Simon, a presidenta Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ao praticar as “pedaladas fiscais”. O deputado do PMDB criticou ainda aqueles que “tentam tirar a legitimidade do Congresso”. Tiago Simon procurou ainda relativizar a participação do vice-presidente Michel Temer no episódio: “Talvez ele tenha se exposto demais nessas articulações, mas agora precisamos construir um governo de conciliação nacional”.

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A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) questionou Tiago Simon e os deputados dos partidos que votaram a favor do impeachment: “Como foi estar ao lado do Bolsonaro defendendo o coronel Brilhante Ustra?”. “Mas há males que vem para bem”, acrescentou. “O Congresso se despiu. Os defensores do golpe expuseram aquilo que eles são. Ficaram pelados, nus”. A população, disse ainda Manuela, “certamente assistiu com constrangimento à sessão, a qual definiu como um circo de hipocrisia montado contra uma mulher honrada, a presidenta Dilma”. A deputada lembrou ainda Darcy Ribeiro que falou sobre a importância de ter lado e de se estar do lado certo. O escritor, antropólogo e companheiro de lutas de Leonel Brizola escreveu:

“Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas”.

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Aliado aos defensores do impeachment, o trabalhista Enio Bacci também elogiou o comportamento dos deputados na votação de domingo. Ele rejeitou a denominação dos apoiadores do impeachment como golpistas. “Golpe é algo que afronta a lei e não foi isso que ocorreu”, disse o deputado do PDT.

O líder da bancada do PT na Assembleia, deputado Luiz Fernando Mainardi, lamentou que integrantes do “velho MDB” do Rio Grande do Sul tenham apoiado o impeachment e se aliado com Eduardo Cunha. “Cunha está fazendo tudo isso por ideologia, pois é um conservador, homofóbico. Se Deus estiver entre nós, Cunha vai queimar no inferno”, afirmou. Adão Villaverde, também do PT, questionou nominalmente a postura a favor do impeachment ou o silêncio de nomes históricos do PMDB gaúcho como Ibsen Pinheiro, José Fogaça e Pedro Simon. Presente na sessão, Ibsen Pinheiro ouviu silenciosamente o questionamento e não se pronunciou.

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Mainardi também respondeu a um inflamado discurso do deputado Marcel van Hattem (PP), que comemorou “o fim de um governo corrupto e lacaio”. O deputado petista lembrou que entre todos os investigados da Lava Jato, há 32 do PP e, entre eles, toda a bancada federal do partido no Rio Grande do Sul. “Então, é preciso olhar para o próprio rabo antes de vir aqui falar”, disparou. “Só espero que por trás de tudo isso não esteja uma operação-abafa para interromper as investigações sobre corrupção e livrar aqueles que já foram indiciados, como começamos a ouvir falar”, acrescentou Mainardi.

Nenhum deputado do PMDB defendeu explicitamente o vice-presidente Michel Temer, mas todos que ocuparam a tribuna não escondiam a animação com a possibilidade do partido assumir o governo. “O Brasil precisa se encaminhar para um governo de coalizão”, defendeu Tiago Simon.

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