Marcha da maconha acaba em confronto e prisões
A 3ª edição da Marcha da Maconha de Alagoas terminou em confronto com a Polícia Militar (PM); oito pessoas foram detidas por desacato, segundo a PM; de acordo com os organizadores do ato, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e a Radiopatrulha (RP) cercaram os manifestantes, lançaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha; um advogado que acompanhava a marcha como representante da comissão de Direitos Humanos da OAB-AL foi preso, o que mobilizou os dirigentes da Ordem em Alagoas
Alagoas247 - A 3ª edição da Marcha da Maconha de Alagoas, que ocorreu na tarde deste domingo (31), na orla de Maceió, terminou em confronto com a Polícia Militar (PM). Oito pessoas foram detidas e levadas para o Complexo de Delegacias Especializadas (Code), mas como não houve flagrante, foram conduzidas para a sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Jacarecica.
Entre os detidos estão Felipe Oliveira, da Anel, Lucas Almeida, estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Wendel Fisher, professor da Ufal, Thati Nicácio, militante do Partido dos Trabalhadores (PT) e o advogado Jonas Cavalcante, que foram presos por desacato. Os depoimentos se estenderam pela madrugada na Delegacia Geral. Policiais e os detidos foram ouvidos.
De acordo com os organizadores do ato, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e a Radiopatrulha (RP) cercaram os manifestantes, que estavam acompanhando uma ação cultural no Posto 7, localizado no bairro de Jatiúca, e lançaram bombas de efeito moral e balas de borracha contra os participantes da marcha.
A prisão do advogado mobilizou a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL). O presidente da entidade, Thiago Bomfim, e o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Daniel Nunes, foram pessoalmente à Delegacia Geral. O advogado Luciano Lima, que os acompanhou, informou que nesta segunda-feira (1º) os representantes da Ordem devem se reunir com o secretário de Estado da Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça.
"Alguns integrantes da marcha foram detidos por desacato, inclusive alguns membros da organização. Ao verificar a detenção de alguns membros, o advogado Jonas Cavalcante, que acompanhava a marcha como representante da comissões direitos humanos da OAB, foi averiguar o motivo da detenção dos membros. Os policiais não informaram nada ao advogado, nem permitiram que ele tivesse acesso aos seus clientes, destratando-o e impedindo sua atuação. Ao reclamar do abuso de autoridade, os policiais também prenderam o Advogado por desacato, levando-o para delegacia", detalhou Luciano.
Uma manifestante, que não quis se identificar, por temer represálias, disse que os policiais agiram de forma truculenta e que a todo instante agrediam, atiravam e ameaçavam. As imagens mostram cinco policiais agredindo uma mulher, que estava caída no chão.
"A marcha seguia tranquila. Durante o percurso tivemos um pequeno tumulto, que foi ocasionado por um policial armado que entrou no meio da manifestação e, o pessoal correu, com medo. Mas a marcha continuou tranquilamente. No final, os policiais cercaram todo o grupo por achar que estavam consumindo maconha. A atitude da polícia foi desnecessária. Foi terrível. Agrediram até as mulheres presentes. Uma das organizadoras está ferida e dentro da viatura", lamentou Carolina Carvalho, integrante da organização.
Em publicações nas redes sociais, ativistas se revoltaram contra a ação da PM. "Estou com a comissão de direitos humanos da OAB de Alagoas na Delegacia Geral da Polícia Civil, no bairro da Jacarecica, esperando a soltura dos ativistas. Peço que enviem os vídeos da repressão para juntarmos as provas necessárias.
É preciso cercar de solidariedade e repudiar a repressão! Lutar não é crime!"(sic), relatou Rafael Arley.
Em outra postagem, uma manifestante denunciou agressões sofridas. "Bala de borracha, spray de pimenta, agressões físicas e prisões. Obrigada polícia! Minhas costelas agradecem o afeto de seus cassetetes"(sic), publicou Isa Mendonça.
As assessorias de imprensa da Secretaria de Estado da Ressocialização (Sedres), da PM e da Polícia Civil não tinham um posicionamento sobre o assunto na noite deste domingo.
Com gazetaweb.com
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: