Médico receitou cadeado a paciente obesa na Bahia
Em novembro de 2012, a dona de casa Adriana Santos, de 33 anos, foi orientada pelo médico José Soares Menezes a procurar um ferreiro para fazer trancas e usar cadeados na sua boca e na geladeira de sua casa para conseguir emagrecer; 'medicamento' receitado a Adriana foi "cadialina"; "Um para a sua boca, outro para a geladeira, outro para o armário, outro para o freezer, outro para o congelador e outro para o cofre de casa"; o médico foi denunciado ao Conselho Regional de Medicina, foi afastado e voltou às atividades em seguida; e se fosse um médico cubano? Como se comportaria a grande mídia? E os políticos de oposição?
Bahia 247 - O município de Feira de Santana foi o centro das atenções e de histerismo há uma semana por causa de uma receita de superdosagem de Dipirona para uma criança de um ano, passada por um profissional de Cuba que atende pelo Mais Médicos, programa do governo federal.
A própria mãe do menino acabou o mal estar ao dizer que tinha entendido que a quantidade da medicação era para todo o dia e não para dose única, como denunciou uma médica ligada a vereadores do DEM local. A Secretaria de Saúde do Estado concluiu que não houve erro e o médico Isoel foi recebido com festa na segunda-feira (25) no retorno de suas atividades.
Agora um fato resgatado em matéria da Folha de São Paulo, esse, sim, envergonha a medicina. E a Bahia. A dona de casa Adriana Santos, de 33 anos, foi orientada pelo médico José Soares Menezes a procurar um ferreiro para fazer trancas e usar cadeados na sua boca e na geladeira de sua casa para conseguir emagrecer. O 'medicamento' receitado a Adriana foi "cadialina".
"Um para a sua boca, outro para a geladeira, outro para o armário, outro para o freezer, outro para o congelador e outro para o cofre de casa", relatou a mulher, que à época pesava 100 kg.
Caso ocorreu em novembro de 2012 em um posto móvel da Fundação José Silveira (conveniada à Secretaria de Saúde da Bahia) no bairro do Uruguai, onde Adriana mora, na periferia de Salvador.
Procurado, o médico disse na ocasião que usou sentido figurado na receita. "Só usei uma linguagem figurada".
Adriana disse ter contado que não poderia fazer uma cirurgia de redução do estômago. O médico, de acordo com ela, afirmou que sua filha chegou a realizar o procedimento, mas, como continuou sem fazer regime, acabou engordando novamente.
"Ele ainda falou que, se eu não quisesse os cadeados, o jeito seria fazer jejum em quatro dias da semana. E, nos outros três, só beberia água."
O Conselho Regional de Medicina da Bahia recebeu recebeu a queixa da dona de casa e afastou o médico depois de apuração.
E se fosse um médico cubano? Como se comportaria a grande mídia? E os políticos de oposição?
