Miki critica mídia e cultura do massacre em AL
A secretária nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, reagiu às duras críticas feitas à implantação do programa Brasil Mais Seguro. Para ela, em Alagoas há a 'cultura do massacre e da matança'. Sem apresentar redução expressiva no número de homicídios, Miki se diz preocupada com o posicionamento da mídia na divulgação de fatos relativos à violência e disse que a população precisa mudar a ideia de que 'bandido bom é bandido morto'.
Alagoas247 - Numa solenidade ocorrida no estacionamento de Jaraguá para entrega de novas viaturas à Secretaria de Estado da Defesa Social (SEDS), a secretária conversou com a imprensa acerca das reações de autoridades políticas em meio às ações desenvolvidas, em Alagoas, do programa federal. “O que me preocupa é o posicionamento direcionado pela imprensa e pela sociedade. A cultura da matança e do massacre tem que ser banida em Alagoas”, avalia Miki.
Ela defendeu que a imprensa deveria ter uma posição mais ética quanto à divulgação e registro de homicídios. Como explica, nem todos os crimes letais devem ser interpretados como assassinatos. “Um achado de cadáver não pode ser tratado como homicídio. Ninguém tem o direito de tirar a vida. A cobrança tem que ser institucional e não por meio das matanças”, afirmou.
A secretária observa que, ao longo de 20 anos, o número de homicídios só aumentou no estado e a redução aconteceu nos últimos 12 meses, já com a implantação do programa Brasil Mais Seguro. “As pessoas não percebem, mas a curva dos homicídios aqui decresceu. O índice de 12% de aumento de assassinatos estagnou no último ano e a quantidade diminuiu. Pouco valor se deu a essa redução significativa”, analisou a secretária.
Miki informou que o governo federal está trabalhando diariamente para fazer alguns ajustes nas ações que estão sendo desenvolvidas em Alagoas. Ela confirmou que não tem como o governo do estado fazer a convocação de mil policiais – promessa feita pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – já que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) limita as contas do poder público.
As declarações da secretária foram dadas durante solenidade de entrega de veículos para a Segurança Pública no estacionamento do Jaraguá. Com recursos federais de R$ 3,522 milhões, foram entregues um caminhão-tanque de abastecimento, micro-ônibus para transporte de tropa, viatura para apoio de solo, além de duas viaturas autoescadas para o Corpo de Bombeiros Militar (CBM).
No decorrer do evento, um estudante e funcionário público que preferiu não se identificar segurava um cartaz com os dizeres "Governador, as escadas foram doadas pela União. Não utilize-as (sic) para fazer propaganda de seu governo".
"Com isso, quero protestar de forma pacífica o descaso do Estado com a sociedade, que é feita de palhaça e não merece ser tratada desta forma. Tudo que vemos aqui vem do governo federal, e o governador entregou o que? Não me eximo de nada e sempre protestarei da minha forma, em algumas ocasiões", comentou o manifestante.
Com gazetaweb.com
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