Minas ganha sua primeira editora de e-books
Empresário e produtor teatral Luiz Hippert entra no mercado que ainda engatinha no Brasil, mas que ganhou fôlego nos últimos três anos. Estima-se que o país já tenha 10 milhões de leitores de livros digitais
Minas 247 – Minas Gerais terá sua primeira editora especializada em e-books. Sediada em Belo Horizonte, a E-ditora, do empresário e produtor teatral Luiz Hippert, irá funcionar inicialmente por demanda de autores e publicará somente no formato e-pub, semelhante a um livro impresso. Para Hippert, o custo de uma editora de e-books chega a ser 10 vezes menor do que uma convencional o que implica no valor mais baixo do livro.
Confira a matéria da jornalista Júlia Guimarães, do jornal o Tempo
Para um país que ainda engatinha quando o assunto é o consumo e produção de e-books - atualmente, apenas 0,5% (9,5 milhões) de brasileiros são leitores de livros digitais - merece ser comemorada a notícia de que Minas Gerais terá sua primeira editora especializada nesse tipo de publicação.
Trata-se da E-ditora, fundada pelo empresário Luiz Hippert, conhecido produtor e diretor teatral de Belo Horizonte, que chegou ao ramo de e-books depois de montar uma livraria virtual.
"Dessa livraria, veio o contato com autores e com o mercado editorial de e-books. Se há três anos, esse formato nem sequer se mostrava viável, agora já temos quase 10 milhões de leitores. Acredito que esse crescimento é coisa de estalo", aponta Hippert.
Segundo o diretor e idealizador da E-ditora, a empresa inicialmente irá funcionar por demanda dos autores e publicará somente no formato e-pub, que se assemelha mais a um livro impresso do que, por exemplo, o formato PDF.
Sua primeira remessa de publicação incluirá boa parte da obra do dramaturgo mineiro Sérgio Abritta (leia mais na página 2), como versão bilíngue (português-espanhol) das peças "Aniversário de Casamento" e "Eu te Amo, Ditadura", além do novo livro do escritor Augusto
Treppi, que flerta com a literatura homoerótica.
"Teremos foco em conteúdo geral de literatura e a ideia é ajudar autores que não conseguem publicar em outros espaços. Além disso, a editora não terá preconceito quanto a conteúdos polêmicos, como violência, erotismo, entre outros. O critério principal é a qualidade artística", conta o diretor.
Ainda que não revele quanto vai gastar para montar a editora virtual, Hippert garante que o custo é relativamente baixo, já que basicamente se investe em site, programas de informática específico, divulgação e serviços necessários à publicação.
"Se uma tiragem de mil exemplares de livro impresso vai custar ‘xis’, a tiragem infinita de e-books vai custar dez vezes menos. Ela varia de acordo com o número de páginas e com o trabalho gráfico que a pessoa vai querer. Se o livro já possui uma versão impressa, é um preço, se passar por revisão, é outro. Mas um valor médio de produção de um livro gira em torno de R$ 900", afirma.
Além da editora, o plano de Hippert é criar uma nova livraria virtual que possa comercializar os livros publicados. "Se o autor quiser, podemos cuidar da distribuição do seu livro nas demais livrarias e sites especializados, mas isso é opcional. O livro que publicamos pertence ao autor, é ele que bota o preço e comercializa da maneira que achar melhor".
Já em relação ao preço que os e-books terão para o leitor final, o diretor da E-ditora acredita ser possível comercializar a valores bem mais baixos que o de livros impressos. No entanto, ele explica que os e-books muitas vezes ainda surgem caros no Brasil por serem produzidos por editoras inicialmente especializadas em versões impressas.
"O e-book tem todas as condições de ser vendido muito mais barato. Não é só o custo do livro em si, é de toda a logística, não precisa de caminhão para transportar, nem de galpão para armazenar, e tudo isso reduz demais o preço. Mas tenho a impressão de que quem trabalha com livro impresso não tem muito interesse em vender o e-book barato, já que poderia prejudicar as vendas do primeiro. Embora seja o autor quem dá o preço, nossa ideia é propor valores que variem entre R$ 5 e R$ 9".
Já quanto à expectativa de lucro impulsionada por um mercado em crescimento, Hippert prefere manter os pés no chão. "Não tenho a expectativa de grandes lucros, mas quero que seja uma editora profissional. De qualquer forma, minha motivação inicial é a de contribuir para que mais pessoas no Brasil possam publicar".
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