Misael exige abertura da "caixa-preta" do Setransp
Prefeito de Senador Canedo quer ter acesso às planilhas de custo das empresas do transporte coletivo; "Ninguém tem cópia das planilhas. É uma caixa-preta", desabafa; queixas de Misael são endereçadas ao prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que tem maioria na CDTC e também comanda a CMTC; Setransp, que costumar reter as planilhas, tinha total autoridade sobre a CMTC até o começo da onda de protestos que tomou conta das ruas da Capital; hoje as empresas que operam o sistema acusam Garcia de populismo e dizem que só conseguem manter tarifa a R$ 2,70 se retirarem os Citybus das ruas, parar de dar manutenção em veículos e terminais e reduzir o números de viagens; e agora?
Goiás 247_ O prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), não se conforma com as decisões que envolvem a concessão do passe livre estudantil na Região Metropolitana e o aumento no valor da passagem. Em entrevista à CBN Goiânia, o trabalhista disse que existe uma “caixa-preta” quando o assunto é a divulgação das planilhas de custos das empresas do transporte coletivo.
“Ninguém tem cópia das planilhas. É uma caixa-preta”, desabafou. As empresas detentoras da concessão já ameaçaram até paralisar o serviço de ônibus, mas o prefeito faz ironia: “Eles não entregam a concessão nunca. É a galinha dos ovos de ouro deles (empresários)”, disse.
No auge da polêmica sobre o preço das passagens, o Procon teve acesso às tais planilhas e afirmou que o valor não poderia passar de R$ 2,90. O reajuste chegou a R$ 3,00, mas foi derrubado pela pressão popular com os protestos nas ruas da Capital.
Os empresários alegam que estão tendo prejuízo e que só é possível sustentar o sistema de transporte até o próximo mês. Aí é que reside a indignação de Misael. Ele quer ver com os próprios olhos se as empresas têm mesmo déficit.
Para manter a tarifa a R$ 2,70, as empresas afirmam que é preciso acabar com o serviço do Citybus, parar de realizar manutenção dos veículos e terminais e reduzir o número de viagens. Esse assunto foi levado aos dirigentes da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) em reunião na terça-feira (16).
Pressão para Paulo Garcia
Ao declarar que o transporte coletivo está envolto por uma caixa-preta, Misael joga pressão para o prefeito Paulo Garcia (PT), teoricamente seu aliado.
A prefeitura de Goiânia tem quatro das nove cadeiras que compõem CDTC, ou seja, tem o peso de decidir a mudanças. A CMTC, Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, é comandada por um indicado de Paulo Garcia, Ubirajara Abud. E essa mesma CMTC que seguia à risca os mandos do Setransp até o estouro da onda de protestos. Tanto que foi conivente com o reajuste para R$ 3,00 – considerado abusivo e irregular pela Justiça.
A bronca de Misael com Paulo Garcia é grande. Na entrevista à CBN, ele disse que o prefeito de Goiânia se portou como “um paladino, um salvador da pátria”, ao anunciar o passe livre integral aos estudantes e agora todos viram que o “buraco é mais embaixo”.
Este é o mesmo pensamento dos empresários do transporte coletivo. Nos bastidores, a insatisfação deles é grande com Paulo. Dizem que o prefeito foi oportunista e populista ao querer bancar o passe livre sem pensar nas consequências para as empresas. Está formado o impasse.
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