MP apura desvio de verba para bar de aliado de Matarazzo
O MP-SP investiga o suposto uso do Programa de Ação Cultural (ProaC), do governo Geraldo Alckmin (PSDB), para desvio de recursos públicos direcionados a um bar que tem como sócio Luís Sobral, um dos coordenadores da pré-campanha do vereador Andrea Matarazzo (PSDB) à Prefeitura de São Paulo; o caso faria parte de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro nas contas do Theatro Municipal; Sobral foi adjunto de Matarazzo na Secretaria Estadual de Cultura durante o governo Alckmin (2010-2012) e seu chefe de gabinete na Câmara Municipal
SP 247 - O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investiga o suposto uso do Programa de Ação Cultural (ProaC), do governo Geraldo Alckmin (PSDB), para desvio de recursos públicos direcionados a um bar que tem como sócio Luís Sobral, um dos coordenadores da précampanha do vereador Andrea Matarazzo (PSDB) à Prefeitura de São Paulo. Os filiados do partido fazem prévia neste domingo (27) para decidir entre Matarazzo, o deputado federal Ricardo Tripoli e o empresário João Doria quem será o candidato na eleição de outubro. Se necessário, haverá segundo turno em 20 de março.
O caso faria parte de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro nas contas do Theatro Municipal, sob o comando do ex-diretor-geral da instituição José Luiz Herencia. Ele é sócio de Sobral no Clube das Artes, em Higienópolis, bar ligado à Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna (AAMAM), criado em 1948.
As contas do bar em que é sócio com Sobral foram bloqueadas. Ele também é suspeito de usar as contas bancárias da mãe para "cobrir transações suspeitas". A decisão judicial cita transferência de R$ 290 mil da empresa de Igor Fagury para a conta da mãe de Herencia - Fagury seria um 'laranja' de herencia, de acordo com o MP-SP.
Sobral foi adjunto de Matarazzo na Secretaria Estadual de Cultura durante o governo Alckmin (2010-2012) e seu chefe de gabinete na Câmara Municipal.
O caso
Em maio de 2012, Fagury, apresentou ao ProAC um projeto prevendo uso de verba pública para publicação de um livro sobre a história do Clubinho –nome do Clube das Artes até 2013. O programa estadual prevê isenção fiscal a empresas que patrocinam projetos culturais.
Fagury captou cerca de R$ 200 mil para produzir 3.000 exemplares de um livro de 170 páginas em papel couché. De acordo com a proposta, o responsável pela publicação seria Sérgio Cohn, dono da Azougue Editorial. Cohn afirmou que sua editora não publicou o livro e disse desconhecer o projeto. "Não lembro de nem sequer a editora ter sido contatada", disse ele em entrevista à Folha.
Segundo a proposta apresentada por Fagury, o livro "registraria a memória do bar, que no início da década de 1950, era um ponto de encontro de personalidades da época, como Cicillo Matarazzo, Paulo Emílio Salles Gomes, Di 27/02/2016 Promotoria apura desvio de recurso para bar de aliado de Matarazzo Cavalcanti e Lygia Fagundes Telles, entre outros".
O projeto foi apresentado quatro dias após Sobral deixar o comando da Secretaria de Cultura. Ele assumiu a interinidade da pasta durante um mês após Andrea Matarazzo pedir exoneração para disputar a eleição daquele ano.
Na Junta Comercial de São Paulo, o Clube das Artes está registrado com a razão social AAMAM Bar e Lanches LTDA. A empresa foi aberta em agosto de 2013 com capital de R$ 1.000. Herencia e Sobral têm, cada um, R$ 500.
Em dezembro, a polícia fez busca e apreensão no Clube das Artes foi alvo de busca e apreensão. Um mês depois, Herencia teve seus bens sequestrados pela Justiça, a pedido do Ministério Público.
Outro lado
Sobral afirmou que se tornou sócio do bar apenas em 2013, um ano após a apresentação do projeto de captação de recursos para o livro contando a história do bar e disse não "compactuar com nenhuma forma de desvio de recursos públicos".
Também à Folha, a Secretaria de Cultura do governo Alckmin informou que a prestação de contas do projeto ainda não foi apresentada. A assessoria de Andrea Matarazzo não se pronunciou sobre o caso.
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