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Muricy supercampeão põe pressão sobre Mano

Dono de currculo imbatvel, tcnico do Santos se impe comochefe da Seleo caso Mano Menezes perca a Copa Amrica, a partir da prxima semana, na Argentina

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Marco Damiani_247 - Antes da consagração pela conquista da Copa Libertadores da América, na vitória do Santos sobre o Peñarol por 2 a 1, ontem à noite, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, o técnico Muricy Ramalho perguntou aos jornalistas, em entrevista coletiva na véspera do jogo: “Depois da Libertadores vocês vão me cobrar o que? O campeonato de Marte, de Saturno?”. Resposta: não, Muricy, o que se vai querer de você, inevitavelmente, é a conquista da próxima Copa do Mundo de 2014, no Brasil, pela Seleção Brasileira de Futebol.

Mais do que uma vontade que já se manifesta para muito além da torcida do Santos, Muricy à frente da Seleção será uma solução natural para um eventual fracasso da equipe dirigida por Mano Menezes na Copa América com início marcado para 1º de julho, na Argentina. Até aqui, enquanto Muricy não parou de ganhar jogos e o maior título de sua carreira espetacular, Mano ainda não disse ao que veio à frente da Seleção. Já são 8 jogos sob a sua orientação, com 6 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, e bem as que mais dóem na torcida, para a Argentina de Lionel Messi, e para a França ainda entalada na garganta. O problema maior, porém, acima até mesmo do cartel de resultados (67% de aproveitamento), está na qualidade do futebol jogado pela Seleção. Diferente do Santos de Muricy que provoca dificuldades entre os analistas na hora de apontar qual o setor da equipe, entre defesa, meio-de-campo e ataque, é o melhor, a Seleção de Mano não se firma. Quem, por exemplo, é o goleiro titular? Julio Cesar, Victor? No meio, ainda não houve definição sobre quais, de fato, são os jogadores para se poder estampar nas figurinhas (ou dá para acreditar em Jadson? com a amarelinha até a Copa?) O ataque, mesmo com Neymar (ele, afinal, é mesmo titular absoluto de Mano?), ainda não mostrou punch para obrigar os adversários a criarem esquemas especiais de marcação, como acontece diante da linha final do Peixe.

Muricy, em 2009, quase foi capturado para a Seleção por uma armadilha montada por Ricardo Teixeira, ladeado, no caso, pelo assessor de imprensa mais cartola do Brasil, Rodrigo Paiva. Num almoço no elegante Itanhangá Golfe Clube, no Rio, o treinador, então no Fluminense em começo de Brasileirão, foi, digamos, convidado a assumir a Seleção. Seu currículo, até então, de tricampeão brasileiro pelo São Paulo (2006/2007/2008), bicampeão de Pernambuco pelo Náutico (2001/2002), duas vezes campeão gaúcho pelo Internacional (2003 e 2005) e campeão paulista pelo São Caetano (2004), já era o mais brilhante do Brasil, rivalizando, apenas, e com boa vontade, pelo do enrolado Vanderlei Luxemburgo – e muito longe do currículo de Mano (campeão da série B pelo Grêmio, em 2005, gaúcho em 2006 e 2007, também pelo tricolor do Sul, e campeão da série B, em 2008, pelo Corinthians, e, em 2009, da Copa do Brasil).

A contratação de Muricy, à altura do chamado de Teixeira, já era uma imposição por mérito. Mas o presidente da CBF, bem ao seu estilo, estava de cara amarrada durante todo o encontro, não falou em salários, não explicitou as condições de trabalho, enfim, fez um convite como quem realiza um rebaixamento ou uma demissão. Ético e fiel ao compromisso que tinha com o Fluminense, Muricy balançou, mas não aceitou. Ficou no clube e o levou ao campeonato brasileiro de 2010. Agora, no Santos, fez o que fez, conquistando a América. De quebra, levou um carro esportivo para a garagem, oferta do patrocinador Toyota ao técnico campeão. Em dezembro, Muricy tentará o Mundial de clubes da Fifa, onde poderá enfrentar o Barcelona. Depois, não Marte ou Saturno, mas, necessariamente, e ainda mais se Mano não trouxer a Copa América, a Seleção Brasileira aqui na terra. "Eu não sou técnico de campeonatos de pontos corridos, de mata-mata, disso ou daquilo. Eu sou técnico de futebol", disse o Muraça, craque desde os tempos do Campeonato Paulista Dente de Leite, no começo dos anos de 1970, após a conquista de ontem. Ele é o cara.

 

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