Não tem acordo

PE247 – Nenhum dos lados, seja o do prefeito João da Costa ou do secretário estadual Maurício Rands, está disposto a abrir o diálogo para se chegar a um consenso capaz de evitar as tão temidas (pelos aliados, claro) prévias petistas na corrida sucessória do Recife. Interlocutores de cada ala tentou, sem sucesso, construir um caminho para o entendimento. E os dois pré-candidatos do PT vão disputar no voto a indicação do partido.

O nome de Maurício Rands deverá, enfim, ser apresentado como opção da sua corrente, a Construindo um Novo Brasil (CNB), para o pleito municipal. Comandada no Estado pelo senador Humberto Costa, a tendência carrega o discurso da unidade na Frente Popular, feito que não foi alcançado pelo prefeito João da Costa em quase quatro anos de governo.

Do lado do gestor, o mantra é que a administração está se recuperando e que não se muda candidato estando no governo, aliando a isso um discurso de “golpe” com forte teor de vitimização. Aliados de Costa afirmam que a CNB foi traiçoeira com o prefeito e tenta tirar um direito que seria seu.

Para colocar ainda mais molho nessa questão, nesta última semana, o deputado federal João Paulo deixou no ar que também poderia ingressar nas prévias do partido. O ex-prefeito do Recife lidera todas as pesquisas de intenção de votos e tem nelas um indicativo de que poderia construir a unidade na Frente Popular e representaria o menor risco de derrota frente à oposição. Porém, essa seria uma construção mais complicada ainda devido à briga do parlamentar com o prefeito João da Costa, seu ex-afilhado político. O discurso “fui traído” teria que vir aliado a uma explicação clara desse rompimento, que até hoje permanece nebuloso.