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Nebulosas transações

A nação exige da Petrobras explicações sobre os motivos que levaram a empresa a adquirir a Refinaria Pasadena, no Texas (EUA), em transações que já lesaram em mais de US$ 1,1 bilhão os cofres da empresa

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A nação exige da Petrobras explicações sobre os motivos que levaram a empresa a adquirir a Refinaria Pasadena, no Texas (EUA), em transações que já lesaram em mais de US$ 1,1 bilhão os cofres da empresa. Quer saber quais foram os interesses, partidários ou de qualquer outra natureza, que suscitaram tão suspeitos negócios, levando-se em conta que, a preço de mercado, Pasadena não vale hoje mais de US$ 100 de milhões, é uma refinaria obsoleta que, para produzir a contento dentro dos atuais padrões internacionais, vai exigir novos e altos investimentos do governo brasileiro. A pergunta que não quer calar é: quem, afinal, propôs e autorizou essa transação?

Buscando respostas, aprovamos em 15 de março, na Câmara, requerimento convocando a presidente da Petrobras, Graça Foster, para esclarecer a lesiva operação diante da Comissão de Segurança Pública, já que há fortes suspeitas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Encaminhamos também requerimentos ao ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, solicitando informações detalhadas e complementares que pudessem esclarecer essa transação. Entendo que não há como tergiversar sobre assunto tão grave.

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Em 22 de maio ouvimos as explicações da presidente da estatal, mas, apesar do seu esforço em apresentar dados positivos, ela não convenceu. Questionada por mim, chegou a afirmar que não participou da decisão. No popular: saiu debaixo. A aquisição da refinaria foi inacreditável e injustificável. Dinheiro público jogado pelo ralo.

Tal e qual as respostas da presidente da estatal, as informações encaminhadas pelo ministro Edison Lobão, protegidas, a pedido da Petrobras, com o manto do sigilo, não explicam nem justificam o negócio que envolve a compra da Pasadena.

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Esperamos, agora, ouvir o secretário do Estado José Sérgio Gabrielli, que comandava a Petrobras por ocasião da aquisição da refinaria. Devido à ação protecionista do PT, foram necessárias quatro tentativas de aprovação de audiência pública, para convidá-lo a prestar esclarecimentos à Câmara.

Relembrando os fatos: em 2005, Pasadena foi adquirida pela belga Astra Oil Company por US$ 42,5 milhões. Em setembro de 2006 a Petrobras confirmou a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões junto à mesma Astra que, não por acaso, tinha um ex-funcionário da Petrobras como um dos seus executivos. O negócio, por si só, constitui um descalabro. Mas foi além: não se sabe bem o porquê, após a descoberta do pré-sal em costas brasileiras, a Astra recorreu à Justiça americana para obrigar a Petrobras a comprar os outros 50% da Pasadena. A empresa brasileira enredou-se com a questão e fechou um acordo extrajudicial com os belgas, que lhe custou mais US$ 820 milhões, para encerrar os litígios, em junho de 2012. Ou seja: a refinar ia que custou US$ 42,5 milhões para a Astra, estourou em US$ 1,18 bilhão os cofres da Petrobras. Realmente, um absurdo!

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O Ministério Público Federal baseado em possível evasão de divisas e peculato, por indício de superfaturamento, apura o caso que, além do prejuízo, significa um desrespeito à nossa estatal que completa em outubro 60 anos, um "orgulho nacional", portanto uma empresa dos brasileiros. Isso tem causado danos que assustam, como a queda no valor das ações em até 50%, desinvestimentos continuados, descumprimento de metas; aumento de custos operacionais e administrativos, queda da empresa no ranking internacional e aumento das importações de derivados, entre outros males.

A estranha compra da Pasadena seria apenas um "mau negócio" ou fora uma negociata com fins partidários? A presidente Dilma Rousseff deve conhecer bem o processo, pois estava ao lado de José Sergio Gabrielli, no exercício da presidência do Conselho de Administração da empresa, quando foi proposta e aprovada a compra da refinaria. A Petrobras é do povo brasileiro, e queremos explicações sobre o uso indevido e inescrupuloso que estejam fazendo dela. A começar pelas obscuras contas e razões de compra da Pasadena.

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Artigo publicado originalmente na edição desta quarta-feira do jornal A Tarde

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