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Nem GPS se localiza no trânsito de Goiânia

Além de encarar as filas imensas, a quantidade enorme de veículos e a falta de sinalização, motorista sofre para se situar em bairros onde ruas chegam a ter até quatro nomes diferentes; taxistas e setor hoteleiro reclamam mais cuidado com a sinalização vertical; mudança constante de nomes de vias irrita motoristas

Nem GPS se localiza no trânsito de Goiânia (Foto: Edição/247)

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Goiás 247_ Andar pelo trânsito virou uma luta mais que inglória. Não bastassem encarar muitas vezes as ruas esburacadas, a fila imensa de carros, os motoristas precisam ter concentração e, principalmente, atenção para não se perderem. Pois, existem ruas que possuem até dois, três ou até quatro nomes diferentes – como já mostrou reportagem do jornal O Popular. Sendo assim, nem mesmo o recurso eletrônico do GPS consegue por sentido num trânsito caótico e quem sofre é o motorista.

Com um GPS à disposição fica mais fácil constatar a confusão. A Avenida Aderup, um dos mais importantes centros comerciais da cidade, já foi batizada com outros cinco nomes ao largo de sua extensão. Ela começa na Vila Canaã – onde há um dos mais graves pontos de estrangulamento do trânsito de Goiânia – transforma-se em avenida Armando de Godoy na altura da Cidade Jardim e, ao entrar na Vila Santo Afonso, já ganha o nome de Pio XII. A homenagem ao papa é curta: termina no cruzamento com a avenida Dom Emanuel, onde a partir de então a avenida é chamada de Dom Vital.

E tem mais. A via, uma das mais importantes da Capital, de forma repentina perde o status de avenida e se transforma em rua (Rua Treze). Percebe isso qualquer motorista que trafegar em direção ao setor Rodoviário. De uma hora para outra e sem qualquer aviso, volta a ser avenida – Avenida Dom Eduardo, e também sem aviso se transforma em avenida Mato Grosso do Sul. A desordem só acaba quando termina também a rua, no cruzamento com a Perimetral Norte, na altura do setor Perim.

Em uma das ruas que cruzam a avenida, a desinformação se repete e até o GPS se confunde. A rua Itauçu, no conjunto Morada Nova, tem menos de 1 km. E ela também coleciona dois nomes. O motorista também pode localizá-la no mapa ou no aparelho como rua da Alegria.

Até taxistas se perdem 

Dependendo da pressa, a melhor opção é pegar um taxi. Mas o passageiro ainda vai precisar contar com a sorte de pegar um motorista experiente, que saiba chegar com rapidez ao local desejado.

Sorte de quem encontra o carro do taxista José Carlos Coimbra, que está há 25 anos na profissão. Mas mesmo com experiência de sobra, ele admite que às vezes fica perdido e afirma que Goiânia é um “verdadeiro labirinto”, complicando a vida dos moradores e turistas. “A prefeitura é acomodada, não toma providências e quem sofre são os próprios moradores que quando saem para outro bairro se perdem, chegando atrasado ao destino. Tem que ter uma mudança”, afirma.

Juan Carlos Silva Catúlia é há mais de dez anos e perde as contas ao enumerar as várias ruas e avenidas que têm mais de um nome em Goiânia. Cita, por exemplo, a antiga Avenida Z, que há um tempo teve o nome alterado para Avenida Esmerino de Carvalho. ’’O nome dessa avenida mudou há um bom tempo, mas até hoje as pessoas confundem e se perdem. Entendo que essas mudanças de nome não são positivas para o goianiense”, diz.

De acordo com Juan Carlos, a tarefa de se localizar fica ainda mais complicada porque a prefeitura não instala placas para orientar os condutores. “Quem anda pelos bairros da cidade reclama que faltam placas e que, quando elas existem, ou estão em péssimo estado de conservação ou em lugar impróprio”, afirma.

Na opinião do taxista, a prefeitura de Goiânia precisa “melhorar e muito” a sinalização vertical da cidade. “Algumas placas são difíceis de ver porque estão escondidas. Outras são pequenas”, avalia.

Rede hoteleira reclama

O setor hoteleiro tenta encontrar saídas para não ter aborrecimentos os turistas. O recepcionista Vinícius Viana trabalha há cinco anos em uma rede de hotel na Capital. Ele conta que há muitos turistas que tentam se guiar pelo GPS a partir do aeroporto, mas se perdem nas ruas. “A reclamação dos hóspedes está virando uma prática constante, causando frustração e stress ao turista. É desgastante receber um cliente assim, isso é um ponto negativo para Goiânia”.

Na opinião de Vinicius, falta interesse por parte do poder público em facilitar a vida da população. ”O poder público tem uma visão muito limitada de Goiânia, ainda temos uma cultura provinciana, para mim isso só vai ser mudado em algumas décadas”, comenta.

 

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