No interior, PT bem diferente da capital

Minas 247 - A tática do PT mineiro para as eleições deste outubro é ser protagonista nas maiores cidades do interior. Para os petistas, esse será o consolo que tentará acalmar os militantes insatisfeitos com o papel de coadjuvante nas eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte, nas quais o PT indicará o candidato a vice.

A ideia do PT é ser protagonista nas 29 cidades polos do estado - além de mais de 100 mil habitantes, elas têm universidades, retransmissoras de TV e lideranças políticas com projeção estadual. Se a tática for vitoriosa, o eventual candidato petista ao governo mineiro, em 2014, ganhará fôlego extra. Oficialmente, o discurso dominante será o ataque ao PSDB, que governa Minas há quase 10 anos. Essa será uma das tentativas de impedir que a estratégia de lançar candidato próprio no interior esbarre no PSB, que tem o mesmo objetivo - o PSB, como se sabe, faz parte do bloco de apoio à presidente Dilma e é citado pela executiva nacional petista como aliado prioritário este ano.

Leia abaixo texto do jornalista Lucca Figueiredo, do jornal Hoje em Dia (ou clique aqui para lê-lo no site do próprio jornal):

PT esquece modelo da capital e quer disputar grandes prefeituras mineiras 

Sem força para lançar uma candidatura própria em Belo Horizonte, em função do arranjo em torno do prefeito Marcio Lacerda (PSB), que conta com o apoio formal do PSDB, o PT quer assegurar o protagonismo das eleições municipais nas cidades mineiras com mais de 100 mil habitantes. Desde o ano passado, a legenda acompanha de perto qual a política de aliança em andamento nesse grupo seleto de municípios considerado, mais do que uma prioridade, “uma necessidade”.

Afinal, as 29 cidades são polos de formação de opinião, por contarem com universidades, retransmissoras de TV e lideranças políticas com projeção estadual e até nacional. Na visão do PT, em função dessas características, serão fundamentais na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014, e ainda nas pretensões do partido de assumir o governo de Minas, nas mãos dos tucanos há 12 anos seguidos.

Para isso, independentemente das negociações feitas na capital, os petistas pretendem até entrar em confronto com o PSB, aliado nacional. Mas o assunto é visto com cautela, já que há uma recomendação da Executiva nacional para que os aliados da presidente Dilma não se confrontem, mesmo nas disputas municipais. “Há uma orientação nacional para que em todos os municípios seja mantida a configuração da base aliada, ou seja, que haja confronto só quando for inevitável”, afirma a integrante do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT, Lene Teixeira.

Se quer evitar a disputa com o PSB no interior, a recomendação é partir para o ataque contra o PSDB. Apesar de o partido fazer parte da aliança petista na capital mineira, os tucanos não receberão mesmo tratamento no interior. Uma das estratégias é confrontar o modelo de gestão petista com o dos tucanos.

De acordo com presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, o partido pretende demonstrar as ações do governo federal em Minas. “O ex-governador Aécio Neves fala em comparar os modelos e nacionalizar a disputa. Esta também é nossa ideia. A presidente Dilma e o ex-presidente Lula possuem melhor avaliação em várias cidades”, diz.

No Estado, conforme o último Censo do IBGE, 29 das 853 cidades possuem mais de 100 mil habitantes, totalizando uma população de cerca de 8,5 milhões de pessoas. O PT já confirmou participação em 14 cidades com candidato a prefeito e em outras duas como vice. O PT analisa ainda o quadro político das 81 cidades que possuem mais de 30 mil eleitores.