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No RS, homem invade escola ocupada com barra de ferro para bater em alunos

Circula na internet um vídeo de um homem armado com uma corrente e uma barra de ferro agredindo pessoas que participam da ocupação da escola estadual Apolinário Alves do Santos, de Caxias do Sul, na Serra gaúcha; nas imagens, um homem vestindo um moletom azul – que ainda não foi identificado, mas seria um pai – avança sobre professores e alunos, com xingamentos; “Não querem estudar, querem ser um bando de marginal. Tem que apanhar. Quem é os mais machões aí? Eu liguei para cá dez vezes e riram da minha cara”, diz, antes de partir para cima da pessoa que está gravando o vídeo

Circula na internet um vídeo de um homem armado com uma corrente e uma barra de ferro agredindo pessoas que participam da ocupação da escola estadual Apolinário Alves do Santos, de Caxias do Sul, na Serra gaúcha; nas imagens, um homem vestindo um moletom azul – que ainda não foi identificado, mas seria um pai – avança sobre professores e alunos, com xingamentos; “Não querem estudar, querem ser um bando de marginal. Tem que apanhar. Quem é os mais machões aí? Eu liguei para cá dez vezes e riram da minha cara”, diz, antes de partir para cima da pessoa que está gravando o vídeo (Foto: Leonardo Lucena)

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Luís Eduardo Gomes, Sul 21 - Circula na internet um vídeo de um homem armado com uma corrente e uma barra de ferro agredindo pessoas que participam da ocupação da escola estadual Apolinário Alves do Santos, de Caxias do Sul, na Serra gaúcha. Nas imagens, um homem vestindo um moletom azul – que ainda não foi identificado, mas seria um pai – avança sobre professores e alunos, com xingamentos . “Não querem estudar, querem ser um bando de marginal. Tem que apanhar. Quem é os mais machões aí? Eu liguei para cá dez vezes e riram da minha cara”, diz, antes de partir para cima da pessoa que está gravando o vídeo.

 O estudante Paulo Bittencourt, 17 anos, do 3º ano do Ensino Médio, foi agredido pelo homem, tendo sido atingido pela corrente duas vezes. Ele conta que o incidente aconteceu no início da manhã desta segunda-feira (30), quando os membros da ocupação foram abrir o portão da escola para a entrada dos alunos. “Quando a gente ia fechar, chegou esse cara, irritado, chutando o portão. Ele abriu o portão à força e pegou a corrente – já tinha um pé de cabra na mão. Como era eu que estava no portão, tomei duas correntadas”, narra.

Segundo o estudante, o homem estava nervoso e irritado com o fato de que não teria onde deixar a filha. Depois de entrar na escola, ele teria partido para cima de outros alunos e professores, que fugiram. No entanto, conseguiu ainda agredir a professora que estava gravando a cena e arremessou cadeiras na direção de outros alunos, antes de deixar o local por conta própria. Paulo conta que a polícia foi acionada, mas não apareceu.

Em um texto postado no site do grêmio estudantil do colégio, uma aluna também narra o momento das agressões. “Um senhor furioso adentrou a escola, armado com uma barra de ferro e correntes na mão, como portador de toda verdade do mundo, apontou dedos, xingou, berrou o mais alto que pode, para mostrar que se sobressaía. Fitou nos olhos de todos, partiu para cima de alguns, agrediu a professora, bateu em um dos alunos, continuou até que desistimos de qualquer conversa, queríamos apenas fechar os portões”, diz o relato.

Reação violenta era esperada

Janice Moraes, coordenadora da 4ª Coordenaria Regional de Educação, que atende Caxias e outros 13 municípios da Serra, diz que tomou conhecimento do incidente pela internet, mas que já temia uma reação violenta contra alguma das cinco ocupações da cidade. “Era um medo que eu tinha desde o início que a reação dos contrários ao movimento pudesse se tornar agressiva, por isso pedi que fosse garantido o direito daqueles que querem ter aula”, diz. “Eu entendo que o movimento é legítimo e que a escola é dos alunos, mas é de todos e, sendo de todos, também é dos que não querem participar”.

Janice afirma que recebe reclamações diárias de pais contrários a ocupações e teme que novos incidentes de violência possam voltar a ocorrer. “Tememos que esse tipo de atitude pode vir a se repetir com mais frequência. Aqui na coordenadoria, a gente recebe diariamente pais pedindo que eu tome uma atitude mais enérgica quanto a isso. Hoje, inclusive, uma mãe ligou e disse ‘manda a polícia lá’. E a gente explica que não pode ser assim”, afirmou.

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