No Senado, é hora de dar o troco a Demóstenes

247 com Agência Brasil - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) retornou ao Senado pelo segundo dia seguido, nesta quinta-feira, após um hiato de 21 dias. De cara fechada, como se vê na foto, o senador disse que cumprirá todos os prazos regimentais previstos para sua defesa. Na foto, também, estão seus sorridentes colegas de Conselho de Ética Gim Argello (PTB-DF), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE).

Uma breve pesquisa pela internet mostra por que senadores como Renan Calheiros não se sentem constrangidos em sorrir da desgraça de Demóstenes, envolvido, por escutas telefônicas, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em setembro de 2007, por exemplo, um ainda confiante Demóstenes Torres critica a absolvição de Renan Calheiros, que se manteve na posição de senador apesar da acusação de ter contas pagas pelo lobista Cláudio Gontijo. Dias depois, os dois bateram boca no plenário após Demóstenes constranger Renan Calheiros, então presidente do Senado.

Em junho do ano passado, Demóstenes fazia uma de suas famosas críticas ao governo e a sua base no Congresso Nacional, da qual fazem parte Humberto Costa e Gim Argello, os outros dois que aparecem descontraídos na foto. As críticas eram equivocadas? Não necessariamente, mas dificilmente -- e as expressões dos senadores falam por si -- não serão levadas em conta agora, que o senador da oposição está em posição vulnerável.

Defesa

Demóstenes explicou que primeiramente apresentará defesa por escrito e depois comparecerá ao Conselho de Ética para debater o mérito das acusações. Demóstenes esteve esta manhã na reunião do conselho, marcada para sortear o relator do seu caso.

Demóstenes é acusado de participar de um esquema de exploração de jogos ilícitos comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros indicou Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para a presidência definitiva do conselho. Valadares foi designado para presidir a reunião do conselho de terça-feira (10) por ser o mais velho.

Demóstenes disse que algumas questões regimentais deixaram de ser observadas na reunião do dia 10. Demóstenes argumentou que o Regimento Interno prevê que ao presidente interino cabe apenas conduzir o pleito que elegerá o presidente definitivo e o vice-presidente. Demóstenes acrescentou ainda que a eleição do presidente acontecerá em até cinco dias úteis depois da indicação formal, feita hoje.