No TO, enquanto há fome, número de milionários aumenta 510% em dez anos
O rio Galhão, no Tocantins, "empresta" suas águas a duas realidades opostos: uma fazenda do tamanho de um quarto da área da cidade de São Paulo e uma comunidade descendente de escravos com apenas sal e óleo na cozinha; um dos maiores celeiros de grãos do País, o Estado viu seu número de milionários crescer 510% na última década; a quantidade de pessoas com renda acima de US$ 1 milhão saltou de dez para 61, a maior alta do País; por outro lado, 37,6% dos domicílios de Tocantins, ou seja, 172 mil famílias, enfrentam algum tipo de dificuldade na hora de colocar alimentos na mesa, segundo a Pnad-2013
Tocantins 247 – O rio Galhão, no Tocantins, “empresta” suas águas a duas realidades opostos: uma fazenda do tamanho de um quarto da área da cidade de São Paulo e uma comunidade descendente de escravos com apenas sal e óleo na cozinha. Um dos maiores celeiros de grãos do País, o Estado viu seu número de milionários crescer 510% na última década, mas 172 famílias ainda passam fome.
O Matopiba, acrônimo de Tocantins, Maranhão, Bahia e Piauí, é uma das últimas áreas de expansão da agricultura de larga escala no mundo. A expectativa é que, na safra 2014-2015, ela produza 20 milhões de toneladas de grãos, o equivalente a quase 10% da produção nacional, segundo informações da Folha.
Os investimentos no agronegócio e na indústria de agricultura e pecuária quintuplicaram o número de milionários no Tocantins. De acordo com a Receita Federal na última década, a quantidade de pessoas com renda acima de US$ 1 milhão saltou de dez para 61, a maior alta do País.
Por outro lado, 37,6% dos domicílios de Tocantins, ou seja, 172 mil famílias, enfrentam algum tipo de dificuldade na hora de colocar alimentos na mesa, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013.
No estado, 27 comunidades são reconhecidas como quilombolas pela Fundação Cultural Palmares, mas nenhuma tem o título de posse da terra. Maria, que recebe um auxílio de R$ 110 mensais do Bolsa Família, disse que “plantava arroz, feijão, milho, abóbora”.
“Mas agora não. O espaço está pouco demais por causa das fazendas, estamos cercados", acrescentou. O isolamento e a má condição das estradas dificultam a obtenção de alimentos que ela não planta mais, como arroz e feijão. Cerca de 50 quilômetros separam sua casa do mercado mais próximo, no centro de Mateiros, que fica a 160 km da capital.
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