Novo vírus pode ter chegado a AL

Alagoas247 - A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) já investiga a chegada de um novo vírus a Alagoas. Ainda desconhecido no Brasil, o Zika Vírus teve casos confirmados essa semana na Bahia e é transmitido pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti, além do Aedes albopictus e de outros tipos de Aedes.

Segundo o infectologista Celso Tavares, amostras de sangue foram colhidas no Sertão alagoano após um surto com sintomas parecidos com os causados pelo Zika. O material foi enviado ao laboratório de referência nacional, o Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, em Belém.

"A Sesau foi solicitada, uma equipe foi para o Sertão, e a constatação que fizemos é que temos realmente uma epidemia de dengue lá e também essa outra situação", diz. "Coletamos sangue de centenas de pessoas e aqueles com relação à chikungunya foram enviados para Belém e todos foram negativos. Mas nos exames havia a presença de um Flavivírus, que é um grupo de vírus do qual pertence dengue, febre amarela".

Entre os sintomas, estão dores, manchas pelo corpo, coceira e comprometimento das articulações. Alguns casos também podem evoluir para complicações neurológicas e icterícia – cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos.

O infectologista afirma, porém, que ainda não é possível confirmar a presença do Zika em Alagoas. "Esse quadro possivelmente é Zika, mas não podemos afirmar porque precisamos da confirmação", expõe. "Temos casos de infecção com relatos que coincidem com os da Bahia, mas temos que aguardar o material do laboratório".

Antes do envio das amostras para Belém, a Sesau fez testes para outras doenças que também causam manchas pelo corpo, como sarampo e rubéola, mas todos foram negativos. A presença do pavovírus, conhecido por quadros hematológicos, com anemias severas, foi avaliada, mas já descartada.

Celso Tavares explica que o Zica Vírus foi descoberto em 1947, em Uganda e, antes da Copa do Mundo, não existiam indícios da presença dele no Brasil. Os sintomas começam a aparecer uma semana após a infecção e o tratamento é feito com hidratação, repouso, paracetamol ou dipirona. "Na vigência de qualquer anormalidade, o paciente deve procurar assistência médica".

"Temos que combater efetivamente o Aedes. Se não fizermos isso, estamos perdidos. Anos após ano, a dengue está se manifestando de formas mais graves. O prejuízo para a sociedade e o estado é grande. São mais de 2,5 milhões que se gasta com isso e, com chikungunya, a situação é pior", completa o infectologista.
Com gazetaweb.com