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O casamento entre religião e política eleitoral

Durante a atual corrida sucessória do Recife, vemos uma corrida desenfreada dos prefeituráveis, que travam uma verdadeira batalha pelo apoio dos segmentos religiosos

O casamento entre religião e política eleitoral (Foto: Roberto Pereira/PSB e Sérgio Figueiredo/Ag. Grão)
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Leonardo Lucena_PE247 – Política e religião. Duas palavras que estão cada vez mais associadas em época de eleições. Em um universo, no qual imperam Deus, a Fé e a vitória do Bem contra o Mal, políticos e igrejas, principalmente do segmento Evangélico, se unem como, se juntos, um novo encontrassem um caminho para “a luz e a salvação”: o voto. É cada vez mais comum vermos pastores, presbitérios, bispos e etc... envergando (quem diria?) santinhos de postulantes majoritários e proporcionais.

Durante a atual campanha eleitoral do Recife, vemos uma corrida desenfreada dos prefeituráveis, que travam uma verdadeira batalha pelo apoio dos segmentos religiosos. Humberto Costa (PT), Geraldo Júlio (PSB) e Mendonça Filho (DEM) já celebraram o alinhamento de diferentes igrejas evangélicas às suas postulações.

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O sociólogo e professor de Teologia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Drance Elias, diz que, na década de 1980, o religioso via a política como uma atividade “suja”, mas ressaltou que isso ganhou outro significado com o decorrer dos anos.

“A política foi se impondo em meio a esse processo como fator de importância, pois a instituição religiosa lentamente avaliava que seu crescimento não poderia prescindir de sua representação em instâncias de significativa participação política, como àquelas que só por meio de eleição se é capaz de chegar”, afirma Drance Elias.

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De fato, as culturas adquirem novos significados, pelas mesclas, contatos de diferentes povos e mudanças nos âmbitos político, econômico, social e cultural. A relação entre política e religião se tornou cada vez mais estreita com o passar das décadas.

De acordo com Elias, houve um ressignificação da política, com o objetivo de estimular o fiel ao exercício da cidadania. “O foco, hoje, se deve a todo um processo de desgaste sofrido pelos mesmos em decorrência de uma práxis religiosa centralizadora, autoritária e ‘violenta com Deus’, o mundo e as pessoas”, esclarece.

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Já para o cientista político da Fundação Joaquim Nabuco, José Luiz da Silva, algumas características “impregnadas” na sociedade brasileira, como exclusão, corporativismo e clientelismo (troca de favores) contribuíram significativamente para o crescimento de grupos religioso na esfera política.

“Esses componentes ofereceram um terreno fértil para o crescimento desses grupos religiosos, o que ajuda a entender, igualmente, a sua proximidade com o nosso fragilizado sistema político”, explica.

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Segundo o estudioso, há casos em que as igrejas são mais determinantes na captação de votos do que os próprios políticos. “Os grupos religiosos passaram a ter influência nas casas legislativas e executivas, interferindo em projetos do seu interesse, e os políticos se favorecem eleitoralmente, uma vez que as igrejas são até mesmo mais eficientes na captação dos votos do que as máquinas partidárias”, conclui.

No caso do Evangelismo, trata-se da comunidade religiosa que mais cresce no Brasil, representando hoje, 22,2% da população, com 42,3 milhões de devotos. Atrás apenas do Catolicismo, com 123,3 milhões em 2010, cerca de 64,6% dos brasileiros. Em Pernambuco, são 1,7 milhão de evangélicos, 20% da população local, segundo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, durante a campanha para as eleições 2012, políticos e igrejas continuarão fazendo do discurso religioso um importante instrumento para captação de votos.

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