O dia D de Guido Mantega

247 – As últimas semanas foram agitadas para o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Luiz Felipe Denucci foi demitido da Casa da Moeda por suspeitas de irregularidades (das quais o ministro teria sido avisado cinco meses antes da demissão) e os presidentes do Banco do Brasil e da Previ disputaram publicamente, pelas páginas dos jornais, o controle do banco. Não bastasse, a filha do ministro foi envolvida em denúncias de lobby no Banco do Brasil. Tudo isso levou a rumores de renúncia de Mantega, prontamente desmentidos pela presidente Dilma Rousseff.

Durante o período que englobou todos esses acontecimento, o ministro limitou-se a se pronunciar, algumas vezes, para a imprensa, mas conseguiu escapar de diversas tentativas de convocação da oposição para ir se explicar no Congresso Nacional. Nesta terça-feira, contudo, Mantega tem na agenda a rotineira audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que o ministro frequenta pelo menos uma vez por semestre.

O assunto é economia, e, como se o PIB de 2,7% em 2011 não fosse espinhoso o bastante, Mantega deve ser instigado pelos senadores da oposição a tocar em todos esses assuntos potencialmente desgastantes. Sem esquecer, obviamente, da ainda nebulosa compra do Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, que teve a revelação de bastidores e detalhes neste fim de semana.

Na tentativa de se proteger, o ministro reuniu os líderes dos partidos da base governista no Senado na quarta-feira passada. O pretexto era comentar o resultado do PIB recém-divulgado, mas Mantega pretendia mesmo pedir a tradicional blindagem durante sua presença na CAE. Não por acaso, a presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta segunda-feira com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros. É acompanhar a audiência, marcada para as 12h, para saber se a blindagem funciona.