O discurso ainda é de união, mas a prática...

Beatriz Braga _PE247 – Debates foram promovidos em conjuntos, ideias lançadas no mesmo perfil, mas a oposição recifense – que vendeu um discurso de união contra o projeto petista na capital pernambucana – não conseguiu se entender sobre a sucessão municipal. A fragmentação do bloco oposição que, provavelmente, encabeçará quatro candidaturas, todas em busca das frestas que o desgaste interno do PT poderá abrir após o seu processo de prévias. Em encontro, na quarta (12), os deputados federais Raul Henry (PMDB) e Mendonça Filho (DEM) não avançaram na discussão de uma parceria entre ambos no pleito de outubro e sinalizaram que marcharão com projetos próprios.

O acordo não viabilizado entre peemedebista e o democrata seria um dos últimos cenários possíveis de aliança na oposição. Os outros dois vértices irreversíveis da bancada, Raul Jungmann (PPS) e Daniel Coelho (PSBD), já oficializaram suas pré-candidaturas. Apesar do encontro de ontem não ter extinguido uma eventual possibilidade de subirem ao mesmo pleito, ambos oposicionistas não dão sinais de que desistirão do desejo de protagonizar a campanha deste ano.

Muito embora o encontro tenha servido para aliviar possíveis tensões caso as postulações se confirmem, Mendonça não esconde que a oposição só terá chances caso lute por algum tipo de anuência. “Vou construir minha candidatura mantendo um diálogo de alto nível. Até porque a oposição, se quiser ter chance de sucesso, tem que manter uma convergência mínima. Agora, eu não tenho comando sobre ela e não posso determinar o caminho de A ou B”, afirmou em entrevista ao Jornal do Commercio.

O discurso era o mesmo pregado por Jungmann, até a data em que oficializou sua postulação, no final de março. O pós-comunista vinha criticando a falta de definições dos colegas oposicionistas, sugerindo prazos limites para a divulgação de possíveis alianças, ou não.

A futura confirmação de múltiplas candidaturas oposicionistas revela o fato de que o bloco está tão dividido quanto a base do prefeito João da Costa (PT). Porém, se nega a admitir.