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Geral

O leste asiático é um lugar impressionante para inovação

Marco Polo, mercador e explorador Veneziano, já no século XIII alertava aos ocidentais: a Ásia é o centro do mundo! Oitocentos anos depois, essa máxima nunca foi tão verdadeira; lar de três quintos da humanidade e das economias mais dinâmicas do planeta, o continente asiático tem no superlativo sua régua: não há região no globo que a rivalize em recursos de toda a ordem — humanos, financeiros e tecnológicos

Marco Polo, mercador e explorador Veneziano, já no século XIII alertava aos ocidentais: a Ásia é o centro do mundo! Oitocentos anos depois, essa máxima nunca foi tão verdadeira; lar de três quintos da humanidade e das economias mais dinâmicas do planeta, o continente asiático tem no superlativo sua régua: não há região no globo que a rivalize em recursos de toda a ordem — humanos, financeiros e tecnológicos (Foto: Leonardo Lucena)
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No StartSe - Marco Polo, mercador e explorador Veneziano, já no século XIII alertava aos ocidentais: a Ásia é o centro do mundo! Oitocentos anos depois, essa máxima nunca foi tão verdadeira. Lar de três quintos da humanidade e das economias mais dinâmicas do planeta, o continente asiático tem no superlativo sua régua: não há região no globo que a rivalize em recursos de toda a ordem — humanos, financeiros e tecnológicos. Dessa forma, estar fora da Ásia implica não jogar o jogo do século XXI.

Já passava da hora, portanto, de incorporar o espírito do comerciante e explorador Veneziano: com negócios, startups e empresas investidas no Brasil e Estados Unidos, embarquei numa grande missão de investimentos e negócios de quase dois meses para Países tão distintos quanto distantes, como China, Coréia do Sul, Japão, Israel e EAU. Compartilho a seguir um breve relato das minhas impressões e dos idos e vividos nas minhas reuniões de trabalho.

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China: Se o leitor ainda associa a China como a "fábrica do mundo", que abastece o globo com quinquilharias e bugigangas, sugiro repensar seus paradigmas. O Dragão Chinês vive uma nova revolução, cuja face não é Mao, nem o Partido Comunista e muito menos suas indústrias. Bilionários como Jack Ma, Pony Ma, Robin Li, Ren Zhengfei e Yang Yuanqin, desconhecidos pela maioria dos empresários brasileiros, comandam a revolução tecnológica e das startups: uma em cada três startups bilionárias no planeta são Chinesas, 40% do e-commerce global passa pela China, 700 milhões de Chineses são usuários ativos na Internet!

Na próxima década, estima-se que a China será a principal superpotência tecnológica global e líder em tecnologias emergentes como Inteligência Artificial, Robótica, Impressoras 3D, energias renováveis, entre outros. O que não duvido! Pois, além do recorde global de 250 bilhões de dólares direcionado para investimento em capital de risco, nas minhas reuniões com Startups em Hong Kong, Shenzhen, Shanghai e Pequim, vi o empreendedorismo pulsar intensamente na China "Comunista": empreendedores jovens, ambiciosos, visionários, apaixonados por tecnologia, disciplinados ao extremo (jornada de 12 horas/dia, 6 dias/semana, mínimo), com formação acadêmica/internacional e senso de oportunidade aguçado. Sem falar no que mais me impressionou desses jovens: o forte Propósito em tudo que se dedicam — o Chinês, que batiza o seu país como "zhongguo" (o "Império do Meio" ou o "País Central"), é obcecado em retomar o status global de 'centro do universo', perdido para o Ocidente há alguns séculos atrás.

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Startups promissoras: Krund, VIPKid, Face++, FarmFriend, Megvi

Jargão empresarial/China: "Me dá um desconto!"

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Coréia do Sul: Espremida entre os dois gigantes, a Coréia do Sul, o "filho do meio", aquele que se sente "menos importante" do que seus irmãos, foi uma das mais belas surpresas na missão. Em apenas cinquenta anos, os Sul Coreanos ingressaram no seleto clube dos Países cujo PIB é superior a 1 trilhão de dólares e alcançaram o topo do ranking das nações com melhor qualidade de vida do globo. Seul é um retrato disso: vibrante, rica e agradável, a capital da Coréia do Sul tem ares de Nova York. Gangnam, distrito financeiro de Seul, é forte candidata ao título de Manhattan do Oriente.

Embora apaixonada por tecnologia, shopping e cartão de crédito (cinco em média por pessoa), e protagonista de uma das maiores penetrações 'mobile' no Mundo, a Coréia do Sul ainda não é um celeiro de startups. Os jovens sul-coreanos, bem formados e disciplinados, preferem (ainda) evitar riscos/experimentar novos caminhos: o sonho grande é fazer carreira nos 'chaebol', grandes grupos Sul Coreanos como Samsung e Hyundai. No entanto, há um movimento crescente para transformar Seul no Vale do Silício da Ásia Pacifico, devido a sua moderna infraestrutura digital. O País tem recebido inúmeras aceleradoras, como a Sparklabs, e os grandes conglomerados têm feito sua parte, com hubs de inovação por toda parte. Startups com foco em games e e-commerce têm sido o grande destaque, com crescente presença regional.

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Startups promissoras: Memebox, Yello Mobile, Coupang

Jargão empresarial/Coréia do Sul: "O Dragão nasce do vapor!"

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Japão: Tóquio é o melhor retrato de um Japão apaixonante. Em todas minhas reuniões e andanças pela capital Japonesa, convivi com um povo amável, respeitoso, atencioso, educado e disciplinado (ao extremo). Em poucos lugares no mundo vi um País conciliar tão bem prosperidade com igualdade e qualidade de vida, modernidade com as tradições e o passado — robôs e quimonos convivem em perfeita harmonia nas ruas de Tóquio.

O Japão, contudo, é refém do seu próprio sucesso. Embora terra de grandes empresas globais, que tiveram seu apogeu durante o milagre Japonês, o País estagnou, perdeu seu dinamismo e sua economia vibrante, e hoje vive (o que os economistas chamam) uma "estagnação secular". Há tempos, o Japão não consegue produzir suas novas Toyotas, Sonys e Panasonics, devido a uma das culturas menos empreendedoras do globo, notadamente avessa ao risco e fechada ao estrangeiro. Assim como seus vizinhos Sul Coreanos, os jovens Japoneses buscam a segurança do emprego nos líderes da indústria Japonesa. No entanto, com a economia estacionada e uma população envelhecida, como fomentar as startups e o empreendedorismo tem sido um dos principais debates das lideranças Japoneses no governo, universidades e empresas. Pelo menos, a questão da liquidez para investimentos não é um desafio. Só o gigante Japonês Softbank investirá 100 bilhões de dólares nos próximos 5 anos em startups com foco em inteligência artificial, robótica e Internet das Coisas. Empreendedores do Japão, o que vocês estão esperando?

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Startups promissoras: Crowdcredit, Mercari, Spiber

Jargão empresarial/Japão: "Cai 7 vezes, Levanta 8!"

Israel: Em Tel Aviv, questionei a um diretor de fundo de investimentos: "Como um dos menores países do mundo é líder global em startups, empreendedorismo, inovação e tecnologia?" A resposta não poderia ser mais direta: "Sofremos incontáveis perseguições e ameaças ao longo de toda nossa história e, hoje em dia, somos cercados de inimigos por todos os lados. Creio que não há povo, como o Judeu, com instinto de sobrevivência tão aguçado para enfrentar situações de risco. O nosso DNA é empreendedor!"

Inventivo, resiliente, disciplinado, internacional e confiante num futuro incerto fazem de Israel a 'startup-nation' — o Vale do Silício do Oriente e o País com maior concentração de startups e investimentos em capital de risco per capita do planeta. Mais de 1000 empresas high tech são lançadas todos os anos e mais de 10 bilhões de dólares já foram resgatados pelos acionistas com vendas de startups. O sucesso da 'startup-nation' não levou a acomodação: Israel quer a liderança na disputada corrida da Inteligência Artificial e Biotecnologia. Além disso, crentes no poder e na qualidade das suas empresas, os investidores e empreendedores de Israel acreditam que suas startups podem figurar na lista das maiores e mais rentáveis empresas globais no médio prazo e, portanto, o tão sonhado 'exit' pode e deve ser adiado em prol de um 'valuation' recorde' — um belo exemplo ao mundo do capital de risco.

Startups promissoras : Flytrex, Team8, Zebra

Jargão Empresarial/Israel: "Tudo vai dar certo!"

Emirados Árabes Unidos (Dubai e Abu Dhabi): Extravagantes e ricos, os Emirados amam o superlativo. O prédio mais alto, o maior shopping do planeta, aeroporto faraônico... Agora, acrescente: startups! A mistura juventude com formação sólida e internacional, excelente infraestrutura digital, forte apoio governamental, o sangue empreendedor árabe e barris de petrodólares para tecnologia e inovacão (a propósito: Dubai será uma das primeiras cidades no globo a testar o hyperloop de Elon Musk e os táxis drones autônomos) faz dos Emirados Árabes Unidos, em especial Dubai e Abu Dhabi, o maior pólo de startups e inovação do mundo árabe.

Os Emirados já conquistaram um assento no seleto clube global de 'unicórnios' (startups com 'valuation' acima de 1Bi USD), com o sucesso das gigantes Carrem networks e seuq.com. Aliás, muitos consideram Dubai como um ecossistema mais avançado que Londres, Nova York e Tóquio; coworkings, aceleradores e incubadoras são mais férteis no deserto de Dubai do que em muitas outras metrópoles globais. Em reuniões na aceleradora Astrolab e na Dubai Exports, muito se falou em Dubai como hub de startups e empresas estrangeiras para o MENA (região composta pelos países do Oriente Médio e da Africa do Norte), um mercado de 200 milhões de pessoas conectadas, contudo, carente de serviços de toda ordem (80% dessa população é desbancarizada!), o que têm levado a um florescimento recorde de startups, em especial de e-commerce e fintechs. A primavera Árabe vive! Dessa vez, sob o comando da geração Y e Z árabe conectada em locais como Dubai e Abu Dhabi.

Startups Promissoras: The Luxury closet, Noon, Bit Oasis

Jargão Empresarial/Árabe: "Afinal, o profeta Maomé foi um grande comerciante!"

A missão Marco Polo foi bem-sucedida! Durante quase dois meses, vivi intensamente o cotidiano desses países e dei os primeiros passos para ter uma forte presença na Ásia, em especial na China, que será, sem dúvida, o epicentro do século XXI.

Realizei investimentos, fiz negócios, iniciei novos projetos e parcerias e, em especial, conheci empreendedores extraordinários de alto impacto que estão mudando profundamente a face desses países. Em todas as reuniões e negociações que tive com startups, aceleradoras, fundos de investimentos, incubadoras e órgãos de governo, estive com jovens maduros e experientes, apaixonados por tecnologia, disciplinados, com ampla visão de mundo e diversidade de formação, e com uma capacidade incrível de maximizar recursos escassos.

Combinando esse fator humano diferenciado com grande liquidez para investimentos em capital de risco, ambiente favorável para os negócios e políticas governamentais pró-empreendedorismo, testemunhei que não é obra do acaso a capacidade dessas nações de feitos incríveis: todos, sem exceção, eram terras arrasadas na segunda metade do século XX!

Imaginem como era a vida na China pós-revolução comunista, Coréia do Sul pós-guerra da Coréia, Japão pós-segunda guerra mundial, Israel pós-Holocausto e Emirados sem petróleo. Em poucas gerações, falamos de países avançados, prósperos e líderes em diversos indicadores globais, com renda per capita maior que a Brasileira e, em muitos quesitos, entregam uma qualidade de vida superior à nossa.

O que realmente fez e faz a diferença nessas nações são os valores da cultura de cada povo e no que os seus cidadãos realmente creem que seja importante; no caso, a força do trabalho e do empreendedorismo para o país realizar suas potencialidades. Que o Brasil siga um caminho similar, nesse momento que precisamos redesenhar nossa rota enquanto nação e recuperar o tempo perdido. Avante, pois como disse Jorge Paulo Lemann: "os empreendedores Brasileiros que vão salvar o País da crise!"

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