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O que teme Iris Rezende?

Ex-prefeito de Goiânia muda o discurso e agora se movimenta para impedir que comissões parlamentares investiguem ligações da Delta Construções de e de Carlinhos Cachoeira com a Prefeitura de Goiânia; primeira manobra foi requerimento aprovado solicitando que a Câmara de Goiânia acione a Justiça para impedir a Assembleia Legislativa de Goiás de continuar com as apurações

O que teme Iris Rezende? (Foto: Thiago Dahas/ Divulgação)
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Brasil247_ O ex-prefeito Iris Rezende e a deputada federal Iris Araújo iniciaram articulações para barrar as investigações do caso Cachoeira no próprio partido e em prefeituras administradas por aliados. Após defender ampla investigação, o casal Iris agora organiza as principais lideranças peemedebistas e do PT em torno da blindagem de aliados e, curiosamente, para tentar impedir as investigações. A pergunta que fica é: o que teme o casal Iris?

A primeira manobra aconteceu na semana passada através do líder do prefeito Paulo Garcia (PT) na Câmara de Goiânia, Clécio Alves (PMDB), que apresentou e teve aprovado um requerimento que estabelece que o Legislativo Municipal promova ação judicial em desfavor da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. No requerimento, Clécio afirma que a Assembleia Legislativa não pode nem tem competência para investigar, por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), os efeitos da atuação da organização criminosa de Carlos Cachoeira na Prefeitura de Goiânia.

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Clécio e o casal Iris, no entanto, não aplicam o mesmo raciocínio em relação à CPI do Cachoeira instalada no Congresso, que investiga o Governo de Goiás. Existem suspeitas e indícios da atividade de Cachoeira nas gestões do petista Paulo Garcia e nas duas administrações seguidas de Iris. Vários contratos foram celebrados com a Delta Construções, cujo escritório em Goiânia era utilizado pelo contraventor para despachos e reuniões, segundo apurou a Operação Monte Carlo.

Mutirama

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Além disso, nas obras de reestruturação do Parque Mutirama, as investigações apontam para um jogo de cartas marcadas entre a Delta e a Warre Engenharia, que – descobriu-se a partir da Monte Carlo – tinha Carlos Cachoeira como sócio comum e oculto, além do ex-vereador Wladmir Garcêz como uma espécie de operador financeiro. A investigação sugere que as empresas combinaram o resultado e que a licitação do Mutirama, orçada em quase R$ 50 milhões, foi orientada com a anuência do secretário-executivo do Ministério do Turismo, preso pela Polícia Federal acusado de desviar verbas da pasta. Saíram justamente do Ministério do Turismo os recursos federais para a reforma e reestruturação do Mutirama. Àquela altura, a denúncia de beneficiamento da Warre na licitação já era conhecida e a obra já estava envolvida em um longo processo de investigação deflagrado pelo Ministério Público Federal a partir de apuração feita pela própria PF.

As suspeitas relacionam o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, candidato à reeleição. Após as primeiras denúncias envolvendo as obras, Garcia declarou à imprensa que tomara a decisão de cancelar a licitação. Nos bastidores, no entanto, a celebração do contrato prosseguiu. Com a eclosão da Operação Monte Carlo, veio à tona um encontro entre o então chefe de gabinete do prefeito, Cairo de Freitas, com vereadores e Wladmir Garcêz para discutir o andamento das obras do Mutirama. Nos encontros, conforme relatos de vereadores, é discutido o encaminhamento e o direcionamento das obras de reestruturação do parque, orçadas em quase R$ 50 milhões.

Licitações

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Apesar de defender as investigações, Iris se esquiva de explicar a relação entre a Delta e de seu ex-presidente da Comissão de Licitação, Fábio Passaglia. Segundo a Polícia Federal, Fábio Passaglia e Alcino de Souza, dois ex-servidores da Comissão de Licitações da Prefeitura, atuaram em prol de empresas de sua propriedade e em benefício da Delta durante sua passagem pelo órgão. A Polícia Federal afirma, a partir da Operação de Monte Carlo, que Passaglia e Alcino são "laranjas" da empresa.

Em reportagem publicada em junho, a revista Veja revelou que a Comercial GM, que tem Alcino de Souza como co-proprietário, recebeu R$ 6 milhões da Delta entre novembro de 2009 e maio de 2010. Alcino também aparece como representante de outra empresa, a Terra Pneus e Lubrificantes, cujo proprietário é nada mais nada menos que o próprio Passaglia. Apesar de movimentar quantias milionárias, tudo indica que a Comercial GM sequer possua instalações. A reportagem do jornal O Popular também revelou que no endereço cadastrado pela empresa na Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), na GO-070, existe apenas um terreno baldio.

Depois de deixar a Prefeitura de Goiânia, Passaglia passou a atuar em prol da Delta em outra prefeitura administrada por peemedebistas e petistas. Segundo reportagem da revista Veja, a Comercial GM voltou a ser beneficiada com contratos milionários depois que Passaglia assumiu o comando do Instituto de Planejamento Urbano de Aparecida de Goiânia, na gestão de Maguito Vilela (PMDB), que agora concorre à reeleição. Em um dos contratos, celebrado em 2006, a Comercial GM recebeu R$ 15 milhões por um contrato de locação de máquinas e equipamentos.

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Menos de 20 dias depois de assumir a presidência da comissão, Passaglia fez mudanças nos editais que foram vencidos pela Delta. As alterações, segundo consta em relatório do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), foram feitas após questionamento de algumas empresas. A exoneração de Passaglia aconteceu em abril de 2006. Souza deixou a Comissão de Licitação algumas semanas depois, mas continuou na prefeitura. Atualmente, ele não é mais funcionário público.

Dois colegas de trabalho dizem que Souza aproveitava o tempo na prefeitura para tentar fechar negócios para a Comercial GM, que até 2008 tinha outro nome – GM Comércio de Pneus. Souza também surge em processos licitatórios da Prefeitura de Goiânia como representante da Terra Pneus e Lubrificantes, que pertence a Passaglia e a outro sócio. Assim como a Comercial GM, a Terra Pneus aparece na lista de fornecedores cadastrados da Delta. No dia 14 de junho, o promotor de Justiça Fernando Krebs, do Ministério Público Estadual, abriu inquérito para apurar possível prática de lavagem de dinheiro envolvendo Passaglia, Souza e a Delta.

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