OAB de Sergipe: 'não podemos admitir agressão de Cunha'

247 - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE), Carlos Augusto Monteiro Nascimento, rebateu às criticas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que questionou o resultado da pesquisa encomendada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), junto ao Datafolha, cujo resultado sinaliza a reprovação dos entrevistados quanto ao financiamento privado de campanha.

Carlos Augusto afirma que diante dos últimos escândalos noticiando e ratificando o abuso do poder econômico, envolvendo cifras bilionárias em atos de corrupção, bem como a flagrante utilização de caixa dois em campanhas eleitorais, influenciando diretamente nos resultados das eleições, merece uma ampla reforma no modelo das campanhas político partidárias, com vistas a diminuir a desigualdade entre os partidos e os candidatos. “O Datafolha é reconhecido nacionalmente por sua credibilidade e qualidade técnica. Portanto, não podemos admitir tamanha agressão, desrespeito e ataque, apenas porque o resultado da pesquisa tenha desagradado ou colida com os interesses do presidente da Câmara”.

Cunha diz que não viu a pesquisa e questiona como as perguntas foram feitas, “porque eu já vi pesquisas que dizem o contrário, que a população é contra o financiamento público. Pelo que vi até agora, ninguém da população quer gastar o dinheiro que pode ir para a saúde, para a educação, na campanha política. Eu não vi uma pesquisa até hoje que dissesse isso”, acrescentou.

De acordo com Carlos Augusto, o parlamentar foi infeliz ainda na afirmação em que diz que a OAB perdeu a credibilidade e que as críticas a entidade são constantes.

“Entretanto, inquestionável o legítimo e importante papel que a Ordem desempenha em defesa da sociedade, resguardando os direitos elencados na Constituição Federal, fazendo valer o pleno exercício da cidadania, dos Direitos Humanos, fortalecendo o estado democrático de direito. Lamento que o Presidente da Câmara, enquanto representante daquela casa legislativa nacional, promova um debate desprovido de conteúdo, de consistência, desprestigiando uma entidade e uma classe que merece o respeito de todos os brasileiros. Infelizmente estamos, todos os dias, vivenciando cenas desagradáveis de ataques à moral e a honra de dirigentes que doam o melhor de si para que tenhamos um país mais sério, e mais próximos dos anseios populares. Nossa atuação sobrepõe os interesses meramente classistas. O que ainda nos surpreende é o desconhecimento, até mesmo de quem deveria dominar o assunto, avançando desmedidamente nesta atitude, repassando informações sem o mínimo de compatibilidade com a verdade e com a estrutura da entidade. A Ordem não é um sindicato, e nem deverá ser. O nosso regramento deixa muito claro isso”., pontua ainda Carlos Augusto.

Segundo o presidente da OAB/SE, entre diversas ações institucionais, a Ordem capitanea diversas campanhas no âmbito estadual, a exemplo do Combate à Corrupção, Reforma Política, Plano Diretor, Redução da Maioridade Penal, entre outras, tudo com o firme propósito de ampliar o debate com a sociedade sergipana, se colocando sempre a sua disposição para qualquer embate, sem partidarismo, sem amarras, de forma altiva e independente.