OAB entrega certificados a detentas que participaram de concurso de redação

Ceará 247 - Em solenidade realizada hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB-CE) entregou o cerificado aos participantes “Concurso de Direitos Humanos – 2017 para Pessoas Privadas de Liberdade e Adolescentes em Conflito com a Lei”, realizado em parceria com a Secretaria de Justiça do Ceará.  

O concurso que abrangeu três modalidades - categoria desenho, para alunos da alfabetização e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; categoria redação I, para alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e a categoria redação II, para alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio, teve como tema “Os motivos que os levaram à prática de delitos, bem como as reais necessidades de cada um dentro do sistema prisional”. 

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Deodato Neto explicou que "a comissão já realizava esse tipo de concurso para as escolas e no ano passado surgiu a ideia de expandir para as pessoas encarceradas de modo que pudéssemos estimular, de alguma maneira, o ensino dentro dos presídios, bem como reconhecer que as pessoas que vivem encarceradas se esforçam por meio da leitura em aprender".

A secretária de Justiça do Estado, Socorro França, que esteve presente na solenidade, destacou a importância da iniciativa. "Sem duvida é uma iniciativa muito importante, valorizar e chamar a atenção para a vida, pois o maior bem do ser humano é o direito à própria vida. No momento em que os encarcerados são conclamados a falar sobre esse assunto é motivos para aplaudirmos. A comissão está de parabéns por ter pautado esse concurso".

"Eu estou muito lisonjeada por de ter sido premiada. Me dediquei muito, fiz o meu melhor", disse N.F., uma das detentas do presídio Auri Moura Costa, em Itaitinga, ao receber o certificado da Comissão de Direitos Humanos da OAB Ceará pela participação no concurso. "Me arrependi pelo que fiz. Sinto que a sociedade não dá valor aos transexuais e temos dificuldades de ingressar no mercado de trabalho. Foi isso que me levou a cometer o delito e por isso hoje estou aqui. Participar do concurso ajuda na nossa ressocialização, pois é uma porta que foi aberta para expormos nosso sentimento de arrependimento e vontade de recomeçar", complementou a detenta N.F.