OAB mostra auditorias e fala em rombo de R$ 23 milhões
Diretoria da entidade apresentou nesta quinta-feira auditorias nas contas realizadas pelo Conselho Federal da OAB (CFOAB) e pela Marol Auditoria; presidente Lúcio Flávio de Paiva afirma que dívida herdada das gestões anteriores atinge R$ 23 milhões; "Não pretendemos ficar revisando o passado ou nos lamuriar pela situação financeira pela qual a Ordem passa. Nosso objetivo é mostrar como encontramos a seccional e expor à advocacia a real situação da instituição", disse o comandante da OAB Goiás
Goiás 247 - Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (31), na sede da OAB-GO, os diretores da seccional apresentaram o novo modelo de gestão a ser implantado na instituição. O presidente Lúcio Flávio Siqueira de Paiva destacou que o objetivo é fazer uma gestão democrática, participativa, transparente e com seriedade no trato da coisa pública. "Esses são os nossos princípios", reforçou.
Para apresentar o novo modelo, foi feita publicidade das auditorias realizadas pelo Conselho Federal da OAB (CFOAB) e pela Marol Auditoria e das ações que já estão sendo tomadas. "Não pretendemos ficar revisando o passado ou nos lamuriar pela situação financeira pela qual a Ordem passa. Nosso objetivo é mostrar como encontramos a seccional e expor à advocacia a real situação da instituição", salientou.
O secretário-geral, Jacó Coelho, fez a apresentação dos números levantados pelas auditorias e destacou que a diretoria já imaginava que a situação seria complicada, "mas não como encontramos", afirmou. Em números exatos, a dívida atual da OAB-GO, herdada das gestões anteriores, é de R$ 23.869.610. O orçamento fictício, aprovado pela gestão anterior, foi de R$ 29.010.506, sendo que o orçamento real é de R$ 46.985.439,04. Foram omitidos em despesas R$ 17.974.933,04.
"São dívidas com obras inacabadas no interior e com empréstimos de bancos. Além disso, encontramos uma estrutura obsoleta, deteriorada e que necessita de manutenção. Entre o orçamento fictício e o real a diferença é muito considerável. Segundo o auditor do Conselho Federal, a situação da OAB-GO é a pior entre todas as seccionais", ressaltou Jacó.
Para controlar e sanear as contas da seccional goiana, medidas de modernização da gestão estão sendo implantadas. Entre as ações estão as novas auditorias que serão realizadas para gerir as contas da instituição; uma parceria firmada com o Sebrae Goiás para para implantação e execução de nova gestão contábil, financeira, econômica, patrimonial e de recursos humanos, com vistas à modernização das rotinas, procedimentos e administração da Seccional; além do contingenciamento de pessoal.
O secretário-geral da OAB-GO destacou que a seccional gasta 66% de sua receita com a folha de pagamento de 517 colaboradores, quando o limite de comprometimento indicado pelo CFOAB é de 35%. "Temos 91% a mais de colaboradores que as outras seccionais, o que nos compromete mais de R$ 17 milhões só com pessoal. A redução imediata será de 158 colaboradores, e a meta é alcançarmos uma folha com 280 funcionários", explicou.
Lúcio Flávio salientou que a redução de colaboradores é necessária, mas também é preciso que os processos da OAB-GO sejam modernizados, para que o atendimento não tenha prejuízo. "Os cortes com pessoal estão feitos com o coração apertado, mas herdamos uma dívida muito expressiva da gestão anterior e temos a responsabilidade de saná-la. O novo modelo de gestão será de austeridade e seriedade."
E finalizou: "Será preciso que a advocacia goiana tenha paciência e se una. Nosso objetivo é entregar uma OAB-GO com as contas sanadas e saneadas e com a melhoria dos serviços prestados."
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