Obra: Governo lança esgotamento sanitário

Alagoas 247 - Sob protesto de alguns servidores da Casal, o Governo do Estado lançou, na manhã desta sexta-feira (21), as obras de esgotamento sanitário da região do Farol. A proposta deve beneficiar cerca de 200 mil habitantes em oito bairros de Maceió (Farol, Pitanguinha, Pinheiro, Gruta de Lourdes, Santo Amaro, Ouro Preto, Canaã e Jardim Petrópolis). Ao todo, serão investidos R$ 185 milhões por meio de Parceria Público Privada (PPP) firmada entre a Casal e a Empresa de Saneamento de Maceió (Sanema).

Os servidores que faziam um ato próximo ao local da solenidade classificavam o ato como o início da privatização do serviço de saneamento. Sobre as obras, no entanto, o governador Renan Filho (PMDB) negou que o esgotamento estava sendo privatizado. Segundo ele, Maceió precisa de R$ 1 bilhão para investir em esgotamento sanitário e a Casal não dispõe deste recurso. Para se ter uma ideia, em 15 anos, só houve investimento de R$ 50 milhões em saneamento. 

"É fundamental esta parceria. A Casal é eminentemente pública, mas não temos recursos. A população cobra isso, clamando por soluções para o Riacho Salgadinho e as línguas sujas da orla", explica Renan.

O projeto lançado nesta manhã foi elaborado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) e lançado em outubro de 2015. Ele prevê investimento total de R$ 1,6 bilhão em toda Alagoas por meio de PPPs. A pretensão do Estado é dobrar até o final de 2018 a cobertura de esgotamento sanitário em Maceió, passando dos atuais 35% para 70% e elevar de 19% para 40% o índice em Alagoas.

Protesto

Representantes do Sindicato dos Urbanitários fizeram um protesto com faixas e carro de som à porta da Casal, onde aconteceu o evento de lançamento da obra. A diretora de Formação do sindicato, Dafne Orion, o protesto é contra a inauguração, porque a categoria entende que trata-se de um modelo de privatização. "Este serviço contraria a legislação. Não podemos tratar a água como telefonia, por exemplo, que pode ser privatizada. Água é um bem comum de todos, é um direito de todos", disse a diretora.

Os sindicalistas querem também uma reunião para tentar barrar a criação desta empresa privada, cujo escritório vai funcionar no Tabuleiro do Martins. "No ano passado, um projeto de lei foi enviado à Assembleia Legislativa autorizando a venda de mais de 50% das ações da Casal para o setor privado. Fizemos protesto e debates, e conseguimos retirar o projeto da pauta. Agora, temos que lutar contra este contrato que deve ser firmado hoje", acrescentou a diretora.

Com gazetaweb.com