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Obras do Sistema João Leite entram em fase final

Sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável da Saneago vai entrar em operação em junho do próximo ano e tem objetivo de abastecer todos os municípios da Região Metropolitana da Capital. Meta do governo estadual é assegurar por pelo menos 30 anos o abastecimento mesmo em períodos de seca prolongada. Até hoje, já foram investidos cerca de R$ 22 milhões na obras com recursos estaduais e federais

Sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável da Saneago vai entrar em operação em junho do próximo ano e tem objetivo de abastecer todos os municípios da Região Metropolitana da Capital. Meta do governo estadual é assegurar por pelo menos 30 anos o abastecimento mesmo em períodos de seca prolongada. Até hoje, já foram investidos cerca de R$ 22 milhões na obras com recursos estaduais e federais (Foto: Realle Palazzo-Martini)

Goiás Agora_ O novo sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável da Saneago entrará em operação em junho do ano que vem. A afirmação é do diretor de Obras da Saneago, Olegário Martins, que ainda garante que não faltará água em Goiânia neste ano. Apesar da longa estiagem, o fornecimento de água tratada não será interrompido ou diminuído.

Segundo o diretor, a partir do próximo ano o risco do desabastecimento será definitivamente banido. Até mesmo alguns eventuais transtornos no fornecimento de água a cidades vizinhas serão erradicados. Olegário informa que, com o novo sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável da Saneago, todas as cidades da Região Metropolitana de Goiânia serão totalmente abastecidas de água tratada abundante e barata.

O novo sistema tem uma denominação oficial: “Sistema Produtor Mauro Borges Teixeira”, uma homenagem do atual governo a um dos grandes governadores que Goiás já teve. Foi durante a gestão de Mauro Borges que se introduziu o planejamento econômico e a racionalização administrativa. O Sistema Produtor Mauro Borges Teixeira começou a ser construído no início do primeiro governo Marconi, em 1999. Neste momento, a construção entra na reta final, com a instalação do maquinário e outros equipamentos, estando as obras de engenharia civil, a “alvenaria”, totalmente concluídas.

O sistema João Leite

O sistema João Leite é um complexo de instalações cuja finalidade última é abastecer de água, de forma barata e abundante, todas as cidades que compõem a Região Metropolitana de Goiânia, assegurando por pelo menos 30 anos um eficiente fornecimento, mesmo nos períodos de seca prolongada. Segundo Olegário, vários estudos técnicos estimam que ao cabo de três décadas a população da região estará estabilizada. O crescimento da população virtualmente terá cessado. O Sistema João Leite, portanto, deverá assegurar abundância de água tratada por muitas gerações. “É uma obra para o presente e para o futuro”, segundo Olegário.

O Ribeirão João Leite, um tributário do Rio Meia Ponte, nasce entre Goialândia e Anápolis, passa próximo a Teresópolis de Goiás e, contornando o Morro do Bálsamo, corre de norte a sul para Goiânia. Tem este nome porque teria sido descoberto pelo bandeirante João Leite, da bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Ele teria perambulado pela região em busca de ouro, nada encontrando.

Ali onde o ribeirão estabelecia a divisa natural do Parque Florestal Altamiro Pacheco, ele foi represado para a formação de um grande lago, um imenso reservatório de água contido por uma barragem de 120 metros de extensão por 70 de altura, no ponto médio. Ao pé dessa barragem, inaugurada recentemente, foi construído um edifício para abrigar uma bateria de bombas hidráulicas para captação da água bruta, remetendo-a para a Estação de Tratamento de Água ( ETA), situada a 2,2 quilômetros a jusante do ribeirão.

A ETA do sistema João Leite, segundo Olegário, é a maior do Centro-Oeste brasileiro. Trata-se um complexo de instalações dividido em dois módulos, cada um contendo tanques gigantescos para floculação mecanizada, decantação em alta taxa e filtração rápida em camada dupla com emprego de filtros autolavantes. Desse estágio inicial de tratamento, a água sairá livre de impurezas orgânicas para o tanque de contato, onde a acidez será controlada com o emprego de cal e daí para a “casa de química”, onde será misturada ao cloro. Pronta para o consumo, esta água será armazenada em dois gigantescos reservatórios de concreto com volume interno de 20 mil metros cúbicos.

Desses dois imensos reservatórios, a água tratada seguirá, empurrada pela gravidade, para o reservatório do Setor Universitário e de lá redistribuída para todos os reservatórios da Região Metropolitana, espalhando-se pelos capilares do sistema. Para levar a água tratada da nova ETA até Goiânia, a Saneago construiu uma adutora com mais de 8 quilômetros de extensão. A tubulação foi confeccionada com lâminas de aço carbono ASTM-A283 com espessura de 3/8 polegadas (9,52 milímetros) e diâmetro de 68 polegadas, cerca de 1,5 metro.

Água à vontade

Atualmente, o fluxo de água tratada liberado pela Saneago para Goiânia e seu entorno é de quatro metros cúbicos por segundo. Os dois principais sistemas, o Meia Ponte e o João Leite/Santa Genoveva produzem 2,25 m3/s e 1,8 m3/s respectivamente. O sistema Vila Adélia, recentemente inaugurado, fornece mais 0,65 m3/s. Isso abastece a rede que cobre a totalidade do município de Goiânia e cerca de 67% do município de Aparecida de Goiânia. A recente duplicação da capacidade dos reservatórios do Setor Garavelo e Residencial Atlântico e o estabelecimento de um outro no Jardim Helvécia, amenizam o problema. Quando o Sistema Produtor Mauro Borges entrar em operação, daqui a menos de um ano, o problema estará definitivamente solucionado.

À medida que a população cresce, o consumo aumenta, sendo necessário aumentar também a oferta. Ao entrar em operação, já de saída o novo sistema duplicará a oferta de água tratada. A nova ETA, em sua etapa inicial, vai liberar 4 m3/s. Na segunda etapa, serão mais 2m3/s de acréscimo. Somados ao volume atualmente fornecido, haverá um fluxo de 10 m3/s de água tratada. Isso dá e sobra. Tanto que, segundo Olegário, o sistema João Leite/Santa Genoveva, o mais antigo, deverá ser desativado.