ONS vê falha em equipamentos como causa do apagão e pede a geradores adoção de providências

Prévia do relatório, que será finalizado até 17 de outubro, revela a necessidade de adoção de "centenas" de providências pelos agentes do setor

Linhas de transmissão de energia
Linhas de transmissão de energia (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)


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Reuters - Uma falha técnica em equipamentos de controle de tensão foi a causa do apagão ocorrido em 15 de agosto que afetou o fornecimento de energia elétrica em praticamente todo o país, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em relatório que aponta a necessidade de adoção de providências para evitar novas ocorrências do tipo.

Na minuta do Relatório de Análise de Perturbação (RAP) sobre o apagão, divulgada na noite de segunda-feira, o ONS aponta que a performance dos equipamentos de diversos parques eólicos e fotovoltaicos, no perímetro da linha de transmissão Quixadá-Fortaleza II, no Ceará, ficou aquém do previsto.

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"Esses dispositivos das usinas deveriam compensar automaticamente a queda de tensão decorrente da abertura da linha de transmissão, porém o desempenho no momento da ocorrência ficou aquém do previsto nos modelos matemáticos fornecidos pelos agentes e testados em simulações pelo ONS", diz o comunicado do ONS.

A prévia do relatório, que será finalizado até 17 de outubro, revela a necessidade de adoção de "centenas" de providências pelos agentes do setor, tanto geradores eólicos e solares quanto o próprio ONS, em ações que terão que ser implementadas até julho de 2024.

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"As providências vão desde ajustes em proteções, passando por problemas na comunicação com os agentes no momento da recomposição, até a validação dos modelos matemáticos de todos os geradores eólicos e fotovoltaicos, entre outras", disse o operador.

Algumas medidas já vêm sendo adotadas pelo ONS desde o apagão, como novos limites de intercâmbios de energia entre as diferentes regiões do país e medidas operativas no Nordeste, visando garantir a segurança operativa do Sistema Interligado Nacional (SIN).

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O apagão observado em 15 de agosto foi iniciado em uma linha de transmissão operada pela Chesf no Ceará. Como os reguladores de tensão não funcionaram conforme esperado, o evento desencadeou restrições no fornecimento de energia elétrica em toda a rede elétrica nacional, com perda de carga da ordem de 23,4 gigawatts (GW).

O relatório final sobre a ocorrência é um dos mais importante da história do ONS e será fundamental para o aprimoramento do planejamento, operação, regulamentação e integração de novos projetos, disse em nota Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do órgão.

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Em entrevista recente à Reuters, Ciocchi havia antecipado que as conclusões sobre o apagão ocorrido em agosto poderiam significar uma mudança de paradigma para o setor elétrico brasileiro.

"Com muita dedicação e experiência dos profissionais do Operador, além do compromisso que temos com a sociedade brasileira, o problema foi identificado e ações imediatas foram implementadas pelo ONS para preservar a continuidade e a segurança do atendimento à carga", frisou Ciocchi no comunicado da véspera.

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