Os atores são os mesmos, mas o cenário...
Se levarmos em consideração que, no primeiro turno das eleições de 2006, o ex-presidente Lula optou por ficar longe de Pernambuco para não dividir o palanque governista, que contava com os candidatos Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT), atualmente o cardeal petista faz questão de mostrar que está em um lado diferente dos socialistas
PE247 – O anúncio da vinda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Recife, para participar da campanha do senador Humberto Costa (PT) à prefeitura, tem um significado que vai além do mero apoio presencial. Vale lembrar que o cardeal petista, nas eleições de 2006, não botou os pés em Pernambuco por contar com dois postulantes alinhados ao seu projeto nacional: o próprio Humberto e o então candidato do PSB ao Governo do Estado, Eduardo Campos. Na ocasião, Lula só aportou no Estado – para fazer campanha para o socialista - no segundo turno, quando o petista ficou de fora.
No atual pleito municipal, o quadro é semelhante, mas as condições são completamente diferentes. Os socialistas já não gozam da mesma simpatia anterior. O próprio Lula teria dito ao governador Eduardo Campos, em conversa recente, que, após os rachas no Recife, Belo Horizonte e Fortaleza, o PT anda desconfiado demais das pretensões do gestor e de seu partido no que diz respeito às eleições presidenciais de 2014.
Após encontro – também recente- com a presidente Dilma Rousseff, Eduardo afirmou que o ex-presidente precisava ser preservado, que ele era uma figura que estava bem acima das disputas regionais entre os partidos aliados. O governador pernambucano queria ver uma briga pela Prefeitura do Recife entre o seu candidato, Geraldo Júlio (PSB), e o senador Humberto Costa (PT) com uma espécie de “partilha” do espólio eleitoral de Lula. Separados aqui, mas juntos nacionalmente. Esse era o espírito.
Porém, o rompimento de uma aliança de 12 anos no Recife e a quebra de outra, em Belo Horizonte – encabeçada pelo senador Aécio Neves (PSDB), mudaram completamente a relação entre PT e PSB, ao ponto do ex-ministro José Dirceu - um dos mais influentes nomes nos bastidores petistas - imputar, por mais de uma vez, o caráter de adversários aos socialistas.
Ainda não se sabe a data da vinda de Lula e nem o formato do evento que participará, contudo, já há uma expectativa grande dos petistas recifenses de que o ex-presidente, mesmo que poupando a voz, emplaque a pecha de rival no PSB.
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