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PAC tem mais de 40 obras atrasadas na Bahia

Criada para solucionar tráfego na Rótula do Abacaxi, Ladeira do Cabula, Largo dos Dois Leões e Baixa de Quintas, Via Expressa está entre as 45 obras do Programa de Acelerção do Crescimento (PAC) 2, na Bahia, de um total de pelo menos 100, que tiveram problemas, como atrasos, cancelamentos e ações na Justiça

PAC tem mais de 40 obras atrasadas na Bahia (Foto: Divulgação)
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Bahia 247 com Correio

A Via Expressa foi pensada para solucionar problemas de tráfego na Rótula do Abacaxi, Ladeira do Cabula, Largo dos Dois Leões e Baixa de Quintas. Mas, por enquanto, só trouxe transtorno a moradores e comerciantes. Ela está entre as 45 obras do Programa de Acelerção do Crescimento (PAC) 2, na Bahia, de um total de pelo menos 100, que tiveram problemas, como atrasos, cancelamentos e ações na Justiça.

A Via começou a ser construída em março de 2009. Já deveria estar nos ajustes finais. No entanto, entre outras coisas, a obra esbarrou num túnel que foi construído do lado errado e no problema das desapropriações. Segundo relatório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), dos 740 imóveis que deveriam ter sido desapropriados e demolidos, 247 permanecem de pé. Um deles é o da empregada doméstica Osana de Souza. A casa de três andares na Estrada da Rainha, onde mora com seis pessoas, ainda resiste.

"O valor que a Conder avaliou a casa está muito aquém do que ela vale", reclamou a moradora, que também reclama da demora do governo em pagar as indenizações. "Tem vizinho meu que deixou a casa há mais de quatro meses e agora está passando necessidade, sem saber o que fazer".

Sobre a Via Expressa, a Casa Civil do Estado diz que "as obras estão dentro do cronograma, com 76% das vias concluídas".

Outra obra problemática é a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), que esbarrou em problemas ambientais e, segundo a empresa executora, Valec, aguarda liberação pelo Ibama da licença de concessão de instalação para dar seguimento às obras do trecho entre Caetité e Barreiras (485 quilômetros). O Ibama justificou que a liberação da licença depende da apresentação de um Programa Básico Ambiental da Valec, que deve ser entregue até setembro.

Outra obra importante que está com o cronograma prejudicado é a ferrovia Camaçari-Aratu, que já deveria estar servindo para o escoamento dos produtos do Polo Petroquímico. "São produtos químicos, perigosos. E com a ferrovia, eles não precisariam mais passar por dentro da cidade", explica o gerente de estudos técnicos da Fieb, Marcus Verhine. A obra data de 2010, mas mal começou e teve que parar porque iria passar por uma reserva de mata atlântica e por uma comunidade quilombola.

Rodovias

Verhine também lamenta a paralisação das obras na BR-135, entre Barreiras (BA) e Minas Gerais. "É uma rodovia de integração entre os produtores de algodão, do oeste do estado, e a indústria de vestuário do norte de Minas". O problema da rodovia também foi ambiental. No decorrer da obra, foi constatada a presença de cavernas no caminho. Resultado: o Ibama suspendeu a licença, com a exigência de novos estudos, e a obra segue parada.

Na BR-101, mais um problema, no trecho entre Feira de Santana e Sergipe. O edital de duplicação e restauração da rodovia acabou revogado por determinação do Tribunal de Contas da União, depois que as empresas que perderam a licitação terem entrado na Justiça. A licença para o início das obras havia sido emitida desde 2010, mas nada foi feito.

No quesito energia, o PAC na Bahia também vai mal. Depois do grupo Multiner ter desistido de investir R$ 400 milhões em duas usinas, o consórcio MC2, responsável por outras 11, em municípios diferentes, resolveu reduzir o projeto a um só, em Candeias, para economizar. O resultado é que o governo do estado estuda refazer a licitação para preservar o projeto inicial.

Mas, o estudo da Fieb aponta que a Bahia não teve problemas de energia por causa do atraso, porque a economia cresceu menos do que o esperado entre 2011 e 2012. Procurado, o consórcio MC2 disse apenas que "já foram investidos mais de R$ 1 bilhão nesses projetos na Bahia e há cerca de dois meses a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) iniciou processo de análise sobre o plano de reestruturação que contempla devoluções de algumas usinas". As outras empresas citadas foram procuradas, mas não se posicionaram. Por fim, mas não menos importante, o lendário metrô de Salvador, que já tem 12 anos em construção.

 

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