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      Para filho de Jango, Brasil deve retomar ideias do pai

      Pouco antes da partida do voo que transportou os restos mortais do ex-presidente João Goulart para serem novamente enterrados em São Borja (RS), João Vicente Goulart, filho de Jango, disse que o Brasil precisa de uma agenda que retome pontos essenciais do governo do seu pai e citou as reformas de base propostas pelo político; "O país precisa avançar, precisa conduzir a reforma agrária, a reforma educacional, a reforma tributária", disse João Vicente

      SÃO BORJA, RS, BRASIL, 06.12.13: Governador em exercício Pedro Westphalen acompanha a reinumação do presidente João Goulart, em São Borja. Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini (Foto: Leonardo Lucena)
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      Luciano Nascimento
      Repórter da Agência Brasil

      Brasília - Pouco antes da partida do voo que transportou hoje (6) os restos mortais do ex-presidente João Goulart para serem novamente enterrados em São Borja, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, defendeu as ideias do pai.

      Para ele, o Brasil precisa avançar em educação e nas reformas agrária e tributária. "Para se modernizar o país precisa avançar, precisa conduzir a reforma agrária, a reforma educacional, a reforma tributária; em vez de tributar salários, tem que tributar patrimônio", defendeu.

      "Hoje, nós da família estamos retornando com os restos mortais dele [Goulart] para sua cidade, para o seu povo, para a sua terra. Sem dúvida, além de cumprir esse papel, estamos fazendo revisionismo da vida, da luta e das propostas do João Goulart há 50 anos", disse.

      João Vicente disse que o Brasil precisa de uma agenda que retome pontos essenciais do governo de Jango e citou as reformas de base propostas pelo político e que contribuíram para motivar o golpe militar de 1964. "Acho que o golpe não foi dado contra o presidente, foi dado contra as reformas de base propostas pelo governo João Goulart e que até hoje muitas delas se fazem necessárias", disse o filho do ex-presidente que também defendeu a reforma do Estado brasileiro.

      Criadas durante o governo João Goulart, as chamadas reformas de base, propunham uma série de reformas institucionais visando a atuar sobre os problemas estruturais do país, entre elas, as reformas bancária, fiscal, urbana, eleitoral, agrária e educacional.

      As medidas, de apelo social e popular, não foram bem recebidas por setores conservadores ligados ao latifúndio e às indústrias. O acirramento das posições culminou com o golpe de estado, em 1º de abril de 1964, no qual os militares depuseram o então presidente.

      "O ano de 2014 não é apenas o ano da Copa do Mundo, também são 50 anos do golpe de Estado e, antes da festa do futebol, a sociedade brasileira deveria refletir sobre os 50 anos do golpe para que nunca mais aconteça", disse o filho de Jango.

      Os restos mortais de João Goulart serão enterrados na tarde desta sexta-feira, em São Borja. Antes, haverá uma celebração religiosa na Igreja Matriz São Francisco, onde o povo da cidade, numa atitude de resistência, velou o corpo do ex-presidente, apesar da pressão da ditadura.

      Os restos mortais foram exumados em novembro a pedido da família que duvida da causa da morte do ex-presidente. Cardiopata, ele teria sofrido um infarto, mas uma autópsia nunca foi realizada. A suspeita da família é que Jango tenha sido envenenado a mando do governo brasileiro, na chamada Operação Condor, a aliança entre as ditaduras do Cone Sul para eliminar opositores além das fronteiras nacionais. A investigação é conduzida pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

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