Paraná se levanta contra o jogo da vergonha
Candidato presidncia do Atltico-PR, Mario Petraglia, diz que o Furaco continuar na primeira diviso em 2012 se forem encontrados indcios de venda no Cruzeiro 6 x 1 Atltico-MG; favorito na disputa para a prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet, entra na briga; MP tambm acompanha o caso
247 – Na próxima quinta-feira 15, serão eleitas as novas diretorias de alguns dos principais clubes do Brasil. Entre elas, a do Atlético Paranaense, rebaixado para a segunda divisão, e a do Atlético Mineiro, que manteve o arquirrival Cruzeiro na primeira, ao ser derrotado por 6 x 1 no último domingo, numa partida que vem sendo classificada nas redes sociais como o “jogo da vergonha”, porque, segundo a própria torcida do Galo, teria sido entregue ao arquirrival. Candidato à presidência do Furacão, Mario Celso Petraglia, que já comandou o clube, avisa que não vai deixar barato. “Existe a presunção de inocência, mas se forem encontrados indícios de favorecimento ao Cruzeiro, o Atlético Paranaense não cai”, disse ele ao Brasil 247.
Antes do chamado “jogo da vergonha”, o Atlético-MG tinha a melhor defesa do segundo turno da competição e o Cruzeiro, o pior ataque. Se o Atlético empatasse, a raposa mineira seria rebaixada, mas o Galo perdeu com extrema facilidade. Notícias postadas na internet antes do jogo (leia mais aqui) sinalizaram um possível acordo entre os dois clubes, que são patrocinados pelo mesmo banco – o BMG, de Ricardo Guimarães, que foi também financiador do “Mensalão”. Hoje, o principal candidato à prefeitura de Curitiba é o pedetista Gustavo Fruet que, na época do escândalo político, se destacou ao revelar a conexão entre o BMG e o financiamento da base aliada. “O Ministério Público tem que entrar no caso e, se algo ficar comprovado, nós vamos lutar pelos direitos do Atlético Paranaense”, disse ele, que é torcedor do Coritiba, ao 247.
Quem está desconfortável com a repercussão negativa do “jogo da vergonha” é o atual presidente do Atlético-MG, onde também haverá eleições no dia 15, Alexandre Kalil. Ele próprio afirmou que vai pedir ao Ministério Público que investigue o jogo. "O Ministério Público, em vez de ficar proibindo tambor e bandeira, que tome atitude, que investigue a venda do jogo, que vá fundo, que quebre sigilo telefônico de presidente de clube, de presidente de banco, de jogador, de treinador, do diabo a quatro, e descubra o que aconteceu. O Atlético-MG está aberto. Tem que investigar, porque é uma coisa que não pára na rede social", declarou Kalil em entrevista à Rádio Itatiaia. O mandatário atleticano frisou que acredita que não houve nada de errado no clássico, mas que se ficar provado que existiu entrega do resultado, que os culpados têm que ir para a cadeia. "Quem fez isso tem de ir para a cadeia, tem que mudar para outro planeta, porque, onde ele estiver, o atleticano vai querer pegar ele", disse.
O caso, na prática, já chegou ao MP, por meio de uma representação pública. Se ficar comprovado favorecimento, o Brasileirão 2011 poderá terminar na Justiça. Há rumores de que o próprio ex-governador Aécio Neves, cruzeirense fanático e amigo dos dirigentes dos principais clubes mineiros, teria entrado na jogada, em busca de um entendimento entre os dois grandes rivais do futebol mineiro.
Leia mais aqui sobre a representação ao MP:
Prezado Sr Adailton Ramos do Nascimento, procurador-chefe da Procuradoria da República de Minas Gerais
Nós, brasileiros, viemos por meio desta solicitar que o Ministério Público Federal em Minas Gerais inicie uma investigação a respeito dos acontecimentos de domingo, 4 de dezembro, envolvendo Clube Atlético Mineiro e Cruzeiro Esporte Clube em partida entre as duas agremiações válida pelo Campeonato Brasileiro de Futebol.
A investigação se faz necessária porque há indícios de compra de resultados, o que contraria frontalmente o artigo 41 do chamado Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003 http://tinyurl.com/Estat-Torc), segundo o qual é crime "solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva" (art. 41-C)
O pedido de investigação baseia-se nos seguintes fatos:
1. Em caso de vitória do Clube Atlético Mineiro, o Cruzeiro Esporte Clube poderia cair para a série B, o que lhe traria milhões de reais em prejuízo
2. O resultado da partida, 6x1 para o Cruzeiro, é anormal, uma vez que, no segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Atlético apresentava a melhor defesa dentre dos 20 times do Campeonato e, em contrapartida, o Cruzeiro tinha o pior ataque.
3. Interessava ao Clube Atlético Mineiro vencer a partida pois a vitória garantiria à equipe uma vaga na Copa Sul-Americana.
4. Lances da partida apresentam jogadores visivelmente desmotivados, num claro contraste com o comportamento eufórico da torcida nos dias anteriores, o que motivou diversas charges em jornais. A partida também apresenta lances bisonhos, como tropeços na bola, quedas, "furadas", cruzamentos na área em que nenhum defensor subiu para cabecear etc.
5. O presidente do Atlético, sr. Alexandre Kalil, é dotado de uma personalidade provocadora, em particular quando se trata de partidas contra o Cruzeiro, o maior rival. Entretanto, estranhamente, o presidente do Atlético adotou uma postura menos agressiva em seus pronunciamentos públicos nos dias que antecederam a partida. Além disso, o Presidente Kalil escreveu, em seu Twitter, na sexta-feira, "Entregar o jogo para o cruzeiro?! Tem gente achando que eu sou algum vagabundo?", negação estranha, posto que a torcida atleticana estava motivada com a possibilidade de rebaixar o rival e não teria, a priori, por que suspeitar de nenhuma entrega.
6. O BMG, instituição financeira que patrocina ambas as equipes, denunciada pelo Ministério Público (http://tinyurl.com/MPF-BMG-Mens) por envolvimento no chamado "Mensalão", o que levanta dúvidas sobre a idoneidade da instituição. Além disso, a referida empresa tem interesses econômicos em jogadores do Cruzeiro, que seriam desvalorizados se a equipe fosse rebaixada. Sem mencionar o fato de que a instituição é patrocinadora de ambas as equipes da capital mineira envolvidas na partida em questão.
7. O presidente de facto do Cruzeiro, senador Zezé Perrela, é investigado por alguns crimes (http://tinyurl.com/Fazen-60mi e http://tinyurl.com/Excelcias), incluindo lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luisão (http://tinyurl.com/Venda-Lui), o que levanta dúvidas sobre a idoneidade deste sr.
8. Há relatos (http://tinyurl.com/relato1), incluindo um postado no blog de uma conhecida jornalista esportiva (http://tinyurl.com/relato-jorn), a respeito de reuniões envolvendo os dirigentes dos dois times e o presidente do BMG. É importante ressaltar que alguns desses relatos são anteriores ao jogo.
Diante dos fatos acima citados, solicitamos abertura de investigação e, caso os indícios se comprovem, solicitamos ordenar à Confederação Brasileira de Futebol, que organiza os torneios nacionais, que sejam adotadas as medidas criminais cabíveis.
Para ASSINAR clique neste endereço >>> http://www.peticoesonline.com/peticao/cru-x-atl-pedido-de-investigacao-ao-ministerio-publico/289/1d1c1afffc62ef257b88cfc766fb04e3
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