Patrus: 'o Brasil não será País do ódio nem do abuso'
O ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias (PT-MG) durante do governo Lula defendeu o ex-presidente, alvo da Polícia Federal (PF), em operação; "Este não é e não vai ser o país do ódio. Mas também não vai ser o país do abuso. Do abuso vil do poder, do assassinato de reputação sem provas que tenta quebrar a imagem da maior liderança popular democrática da América Latina", disse Ananias; segundo ele, "não se trata mais de recuperar apenas a tolerância para o diálogo político, mas de retomar a defesa das condições legais de um processo jurídico sério"
Minas 247 - O ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias (PT-MG) durante do governo Lula defendeu o ex-presidente, alvo da Polícia Federal (PF), em operação realizada nesta sexta-feira (4). "Este não é e não vai ser o país do ódio. Mas também não vai ser o país do abuso. Do abuso vil do poder, do assassinato de reputação sem provas que tenta quebrar a imagem da maior liderança popular democrática da América Latina", disse Ananias.
De acordo com o ex-ministro, "não se trata mais de recuperar apenas a tolerância para o diálogo político, mas de retomar a defesa das condições legais de um processo jurídico sério e de fazer parar o riso cínico daqueles que se alegram com a destruição da democracia, travestidos de justiceiros". "Esse é meu apelo - aos movimentos sociais, à militância do PT e às pessoas de boa vontade, seja qual for sua ideologia política, mas que estão unidas a nós no desejo e no compromisso com o bem do Brasil", afirmou.
Essa fase da operação investiga se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá, ambos em São Paulo. A blitz determinada pelo juiz Sérgio Moro atinge todo a família de Lula, filhos, noras e dona Marisa, sua esposa. O ex-presidente nega as acusações.
Leia a nota na íntegra:
Luís Inácio Lula da Silva é reconhecido internacionalmente pela revolução social que trouxe ao Brasil em seus anos na presidência. Os grandes programas sociais dos governos Lula ecoam lutas de antes de ser eleito presidente. Democraticamente eleito presidente. Conheço Lula desde antes do surgimento do PT, quando eu era advogado trabalhista em Minas Gerais. Participei com ele de todo o processo de construção do Partido e da criação de sua pauta em defesa da justiça social. Na luta por um Brasil mais justo, especialmente para os mais pobres.
Fui, com muita honra, ministro do presidente Lula, implantando suas políticas na área social. Lula soube, desde o início, que os ataques que sofreria seriam sempre mais injustos, pois eram ataques dirigidos ao êxito de suas políticas públicas, golpes contra o conjunto de políticas de justiça social implantadas no país.
Não importava que houvesse casos esquecidos e escamoteados de corrupção documentada e comprovada contra os líderes de outros partidos - no caso de Lula, sempre bastou um boato devidamente plantado e inflado para que múltiplas forças se unissem contra ele. A ação desta manhã faz pensar em uma polícia política em ação no Brasil, pela forma como age, para arrasar reputações.
A quem interessa destruir uma liderança popular democrática da dimensão de Lula?
Um metalúrgico pobre subir ao poder, escorado em um partido de trabalhadores, com uma pauta social extremamente clara, é algo imperdoável para muitos dos que ainda acreditam controlar o Brasil com a política do porrete e do grito mais forte na imprensa. A tônica dominante de certa elite brasileira continua a mesma, há tantas décadas: condenar sem provas através de diversos veículos de imprensa, atropelando qualquer senso de Justiça, e então usar essa força para dobrar a política e a lei a seus intuitos.
O legado político e social de Lula antecede a presidência da república. Passa por sua presidência no PT, pela luta nas Diretas Já, pela inspiração para os governos municipais. Sua compreensão da ferocidade com que seus adversários políticos são capazes de agir também é antiga.
Não há novidade nesse ódio que se espalha - e que deve ser cessado.
Externo aqui minha solidariedade ao presidente Lula, à sua família e ao presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Reitero meu espanto pela forma como essa ação se deu, de forma midiática e com claros objetivos políticos. Chegando de madrugada à casa de um ex-presidente da República, com endereço certo e claro, realizando uma ação violenta de busca e condução para depoimento.
Não se trata mais de recuperar apenas a tolerância para o diálogo político, mas de retomar a defesa das condições legais de um processo jurídico sério e de fazer parar o riso cínico daqueles que se alegram com a destruição da democracia, travestidos de justiceiros.
Esse é meu apelo - aos movimentos sociais, à militância do PT e às pessoas de boa vontade, seja qual for sua ideologia política, mas que estão unidas a nós no desejo e no compromisso com o bem do Brasil."
Patrus Ananias
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