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PF admite novas prisões de médicos no esquema do glaucoma

Delegados envolvidos nas investigações da Operação Hoder – que apura o desvio de cerca de R$ 30 milhões do SUS – aguardam resultado da auditoria do Ministério da Saúde; a partir daí podem decidir por novas prisões de oftalmologistas que participaram do esquema em Alagoas, Sergipe e Bahia; mutirões feitos por um instituto mobilizava especialistas para realizarem exames gratuitos de prevenção do glaucoma e diagnosticavam com a doença pacientes sadios, com o objetivo de repassar o colírio pago pelo SUS de forma irregular

Delegados envolvidos nas investigações da Operação Hoder – que apura o desvio de cerca de R$ 30 milhões do SUS – aguardam resultado da auditoria do Ministério da Saúde; a partir daí podem decidir por novas prisões de oftalmologistas que participaram do esquema em Alagoas, Sergipe e Bahia; mutirões feitos por um instituto mobilizava especialistas para realizarem exames gratuitos de prevenção do glaucoma e diagnosticavam com a doença pacientes sadios, com o objetivo de repassar o colírio pago pelo SUS de forma irregular (Foto: Voney Malta)
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Por eassim.net - O delegado Daniel Granjeiro, da Polícia Federal, que preside o inquérito da Operação Hoder, disse que os sócios do médico André Born, acusado de fraude contra o Sistema Único de Saúde (SUS), e oftalmologistas que participaram do esquema, podem ser presos. Na continuidade da operação que desmontou o esquema que teria desviado cerca de R$ 30 milhões de verbas públicas, novas deligências estão sendo realizadas pela PF e podem chegar a outros médicos de Alagoas, Sergipe e Bahia, estados onde André Born teria montado a fraude.

“Aguardamos o resultado da auditoria que pedimos ao Datasus (sistema de controle de pagamentos do Ministério da Saúde). Onde houver irregularidades elas serão identificadas e todos os envolvidos terão que se apresentar para oitivas” – afirmou o delegado federal.

Os médicos que atestaram que pacientes examinados em mutirões realizados pelo Instituto de Oftalmologia de Alagoas (Iofal), a clínica da qual André Born é um dos proprietários, eram portadores de glaucoma, estão na mira da investigação. Segundo o delegado Daniel Granjeiro, se o oftalmologista que trabalhou nos mutirões – foram vários em bairros da periferia de Maceió e de outros municípios – mentiu sobre o diagnóstico, terá cometido crime de falsidade ideológica.

Nos mutirões que promovia, o Iofal mobilizava especialistas para realizarem exames gratuitos de prevenção do glaucoma. Segundo a PF, eles diagnosticavam com glaucoma pacientes sadios, com o objetivo de repassar o colírio pago pelo SUS de forma irregular.

A prática ocorria desde 2009. Com a promessa de cura, os pacientes assinavam documentos afirmando ter recebido o colírio prescrito pelo oftalmologista, sem que o medicamento tenha sido entregue.

De alto valor, em média R$ 200, o colírio era pago pelo SUS. Porém, como mostrou a operação Hoder, os diagnósticos eram falsos – muita gente não sofria de glaucoma, e nem sempre recebia o colírio pago com dinheiro público.

Em 2009, no município de Murici, por exemplo, a Prefeitura fez parcerial com o Iofal

para atendimento médico gratuito a pessoas que sofrem de glaucoma. Na primeira etapa do mutirão foram atendidas 108 pessoas e diagnosticados 25 casos. Já na segunda etapa foram 103 pacientes, sendo diagnosticados 39 casos. Todos foram encaminhados ao Programa de Prevenção e Combate ao Glaucoma, do governo federal, que teria sido fraudado pelo esquema montado pelo médico André Born.

O número é considerado excessivo por especialistas da área. O Iofal estaria acompanhando 10 mil pessoas com a doença, em Alagoas.

Para o delegado Daniel Granjeiro, pode haver divergência de diagnóstico, mas se o exame foi falseado para atender ao esquema criminoso, os envolvidos terão que responder criminalmente.

Indagado sobre o pedido do presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), Fernando Pedrosa, para ter acesso aos dados do inquérito, Granjeiro disse concordar com a solicitação. “É preciso que haja essa iniciativa (do Cremal), para os procedimentos aadministrativos” – argumentou o delegado.

Porém, explicou que a liberação depende de autorização judicial, pois o inquérito, por conter dados obtidos após a a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos acusados, segue sob segredo de Justiça.

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