PF investiga leilão do terreno do Cais José Estelita

Pernambuco 247 - A Polícia Federal (PF) está cumprindo dois mandados de busca e apreensão nas sedes da Empresa Novo Recife e Milan Leilões para apurar irregularidades na compra do terreno do Cais José Estelita, localizado na área central do Recife. Segundo a PF, existem suspeitas que a área, que pertencia à Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), tenha sido arrematada por até R$ 10 milhões menos que o seu valor de mercado.

Além da suspeita de fraudes, a Operação Lance Final também vai apurar a existência de outros crimes, como corrupção ativa e passiva, além de tráfico de influência. Segundo a PF, existem indícios de crime previsto na lei de licitações quanto à competividade dos leilões. A PF também solicitou à Justiça Federal o sequestro do terreno, para garantir eventuais danos ao erário público.

O leilão da área do Cais José Estelita aconteceu em 2008 e desde então é marcado por polêmicas. O projeto imobiliário idealizado pelo Novo Recife prevê a construção de uma série de torres residenciais e comerciais na área que até então é ocupada por galpões abandonados pertencentes à antiga RFFSA. Em 2012, quando os detalhes do projeto vieram à tona.

Enquanto os manifestantes ocupavam o local e promoviam shows, atividades culturais e de lazer no local, cinco ações judiciais questionaram o projeto imobiliário Novo Recife. Em três delas, é pedido o cancelamento do ato administrativo que aprovou o projeto no final de 2012.

Em março de 2015, o Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Iphan) inseriu a área operacional do terminal da RFFSA na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário Brasileiro. O pátio ferroviário também está localizado no terreno do Cais José Estelita, próximo ao local onde está prevista a construção do projeto imobiliário.