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Plano de pacificação quer acabar com a violência entre torcidas

A partir deste mês, a Arena Castelão, em Fortaleza, passa a ter setores exclusivos para as torcidas organizadas. A medida faz parte do Plano Estadual de Pacificação e Regulamentação das Torcidas Organizadas, apresentado no fim de janeiro pelo Governo do Estado e por representantes de entidades do futebol cearense

Arena Castelão (Foto: Gisele Federicce)
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Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil

A partir deste mês, a Arena Castelão, em Fortaleza, passa a ter setores exclusivos para as torcidas organizadas. A medida faz parte do Plano Estadual de Pacificação e Regulamentação das Torcidas Organizadas, apresentado no fim de janeiro pelo Governo do Estado e por representantes de entidades do futebol cearense.

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Cenas de violência e depredação não são raras no mundo do futebol e, em muitas das vezes, as ocorrências são associadas a participantes de torcidas organizadas. Tanto torcidas como times já foram diversas vezes punidos devido a brigas em dias de partidas. No ano passado, um jovem morreu durante um confronto antes de um "clássico-rei", como é conhecida a partida entre Ceará e Fortaleza.

A divisão das torcidas nos setores exclusivos vem ocorrendo, de forma experimental, nas partidas do Campeonato Cearense. Esses setores não poderão ser ocupados por torcedores comuns. Em dias de clássico-rei, as torcidas organizadas do Ceará e do Fortaleza ocuparão os setores Norte (Ceará) e Sul (Fortaleza) do anel superior do Castelão.

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Para representantes da Torcida Organizada Cearamor e da Torcida Uniformizada do Fortaleza (Leões da TUF), a setorização das torcidas é uma demanda antiga das entidades. Regis Alves, diretor da Cearamor, cita visita que torcidas organizadas fizeram a estádios da Alemanha em 2014 para conhecer o espaço reservado para os ultras (as torcidas organizadas de lá).

"A setorização é um meio de se ter um local específico para as torcidas organizadas poderem fazer as festas nas arquibancadas, já que um dos objetivos de uma torcida é levar seu time para conquistar vitórias e títulos."

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Uma das punições aplicadas por conta de casos de violência, foi proibir a festa das torcidas nas arquibancadas. Em junho do ano passado, por exemplo, os torcedores foram impedidos de entrar nos estádios com camisetas e bandeiras indicando o nome das torcidas organizadas e com instrumentos de percussão.

Outro ponto do Plano de Pacificação é o cadastro dos torcedores, que vai começar a vigorar em maio. Alves afirma que a Cearamor já cadastra seus associados desde a década de 1990.

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O presidente da Leões da TUF, João Paulo Melo, também destaca a setorização como uma forma de identificar pessoas que criem distúrbios. Ele explica que cada torcedor terá uma carteirinha e uma camiseta com uma numeração que poderá identificá-lo por meio das câmeras do estádio.

"A torcida está abraçando a ideia da setorização. Com isso, vamos separar o joio do trigo e só vão entrar as pessoas cadastradas." A segurança dos torcedores também deverá ser aumentada com a implementação dos chamados "bolsões" de transporte coletivo, para onde as torcidas serão encaminhadas antes e depois das partidas. A ideia foi implementada na Arena Castelão na Copa de 2014.

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Apesar de considerar o Plano de Pacificação interessante e válido, o diretor de estádios da Federação Cearense de Futebol (FCF), Josimar de Carvalho, acredita que seja necessário mais diálogo entre os segmentos envolvidos, sobretudo internamente, nas torcidas. "A questão não é somente o espaço físico, mas o torcedor. O debate com as torcidas precisa ser mais aprimorado, mas isso não invalida a ideia."

O cientista social Raoni Oliveira Marques também acredita que uma das principais chaves para o combate à violência entre torcidas está no trabalho interno com os torcedores. Para ele, os conflitos existentes atualmente são externos ao contexto da torcida, mas se internalizaram entre os torcedores.

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"Em Fortaleza, existem conflitos de territórios. A juventude expressa seus conflitos em bairros e praças, por exemplo, e isso não se resolve quando há a proibição de ir àquela praça. Os conflitos se transportam para outro lugar e a torcida é um desses lugares. Há um apego ideológico à tradição de que podemos levar os componentes a construir outra forma de torcer, mas que se perde por uma leitura errada do que resolveria o problema da violência, " disse.

Marques defende que as torcidas organizadas produzam ações sociais junto aos componentes como forma de gerar autonomia entre eles. O Plano de Pacificação prevê o estímulo a esse tipo de ação.

Segundo a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude, será encaminhada à Assembleia Legislativa uma proposição para regulamentar ações de projetos sociais nas torcidas organizadas.

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