PMDB ameaça punir Mabel. Não seria o que ele quer?
Ação desastrada (?) do parlamentar goiano, que foi ao Supremo para anular a eleição do líder peemedebista na Câmara dos Deputados, começa a levantar suspeitar de que sua real intenção é forçar uma situação para sair do partido sem perder o mandato, a exemplo do que fez quando estava no PR e decidiu desobedecer determinação partidária de apoiar Marco Maia
Goiás247 - A rebeldia do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO) pode lhe render uma punição partidária. Inconformado com a derrota na disputa pela liderança da sigla na Câmara Federal, o parlamentar goiano entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a escolha do correligionário fluminense Eduardo Cunha, o que enfureceu a cúpula peemedebista.
Mabel tinha um acordo com o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, de que aceitaria o resultado, mas acabou não cumprindo o trato. Com a estranha atitude, Mabel se expôs à ira do PMDB e levantou suspeitas sobre seu real interesse de permanecer na legenda.
Se a intenção de Mabel era apenas judicializar a questão, a estratégia foi inútil, já que o ministro Luiz Fux acabou validando a eleição de Cunha (leia mais). Mas já há quem discuta no PMDB de Goiás, porém, que o deputado está na verdade forçando uma situação para deixar o partido sem perder o mandato. “A infidelidade de Mabel já lhe rendeu muitos problemas no PR. Ele foi ameaçado de expulsão e deixou o partido, mas conseguiu ficar no mandato alegando divergências com a cúpula. E ele pode estar tentando fazer a mesma coisa agora”, disse um peemedebista na condição de anonimato.
Em parte, a versão do peemedebista de Goiás é reforçada pelo presidente do PMDB baiano, Lúcio Vieira Lima: “Sandro quase foi expulso do PR por desobediência partidária e nós o aceitamos no PMDB. Agora, com essa atitude, está levando o partido ao ridículo e constrangendo todo mundo”, disse à Agência Estado nesta quinta-feira, 14. Logo depois de recorrer ao STF, Mabel viajou para o exterior e está incomunicável.
Mabel deixou o PR depois de perder o controle do partido em Goiás, em 2011, que foi transferido para o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves. Á época, o parlamentar se rebelou contra a decisão da sigla de apoiar a eleição de Marco Maia à Presidência da Câmara, lançando-se na disputa ao estilo (mas sem o carisma e os votos) de Severino Cavalcanti.
Mabel então conseguiu a autorização do Tribunal Superior Eleitoral para deixar o PR sem perder o mandato por infidelidade. Por meio de um acordo na cúpula (e para contragosto de lideranças de Goiás), o deputado ingressou no PMDB, onde não tem nenhuma influência além de sua base eleitoral. Suas declarações de que o PT tem a obrigação de apoiar uma candidatura do partido ao governo do Estado em 2014 tem gerado constrangimentos e atritos na base da presidenta Dilma Rousseff em Goiás.
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