Polícia apura conexão do 'merendão' no Tocantins
A polícia investiga se o ex-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Cássio Chebabi, entidade envolvida na fraude da merenda escolar em São Paulo comprou terras no Tocantins com o dinheiro do esquema. A denúncia foi feita por um ex-funcionário da cooperativa; policiais do município de Bebedouro (SP) requisitaram aos cartórios da região da cidade de Lizarda, interior de Tocantins, um levantamento das propriedades dele; em depoimento, o ex-vice presidente da Coaf Carlos Santana afirmou à polícia que Cássio comprou 513 hectares de terra; são lotes de duas fazendas e de um sítio; de acordo com Santana, as áreas podem ter sido compradas com dinheiro desviado da cooperativa
Tocantins 247 - A polícia investiga se o ex-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Cássio Chebabi, entidade envolvida na fraude da merenda escolar em São Paulo comprou terras no Tocantins com o dinheiro do esquema. A denúncia foi feita por um ex-funcionário da cooperativa. Policiais do município de Bebedouro (SP) requisitaram aos cartórios da região da cidade de Lizarda, interior de Tocantins, um levantamento das propriedades dele.
Em depoimento, o ex-vice presidente da Coaf Carlos Santana afirmou à polícia que Cássio comprou 513 hectares de terra. São lotes de duas fazendas e de um sítio. De acordo com Santana, as áreas podem ter sido compradas com dinheiro desviado da cooperativa.
Duas cooperativas de fachada usadas no esquema têm como endereço um 'spa' da família Chebabi. A horta Mundo Natural e a AOB deveriam funcionar em um endereço onde a reportagem do G1 só encontrou o que um dia foi uma plantação de Chebabi. A horta está em uma parte da propriedade. Ela tem quatro hectares e nas estufas eram produzidas verduras, hortaliças e legumes, mas desde de julho de 2015 ninguém trabalha no local.
Segundo a polícia, mesmo após Cássio parar de produzir, as duas cooperativas de fachada continuaram participando das concorrências, oferecendo orçamentos maiores, para que a Coaf saísse vencedora. Questionado sobre desde quando o filho parou de produzir, Júlio Chebab, proprietário do sítio Santo Antônio e do natural SPA, afirmou que foi em julho de 2015.
“Quando ele já aventou a possibilidade de deixar a cooperativa, ele me devolveu a área e deixou de produzir verduras, legumes, mas permaneceu aqui uma plantação de pupunha, uma plantação da mandioca, mais de dois mil pés de laranja e limões variados que se encontra até hoje e que formava essa horta dele".
Diretores da Coaf informaram à polícia que pagavam propina para políticos, assessores e funcionários públicos por contratos de merenda com o governo de São Paulo e 22 prefeituras.
Funcionários da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) afirmaram que o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), recebia propina que chegava a 25% dos contratos entre a entidade e o poder público. A máfia, que envolve três cooperativas de agricultura familiar, atuou em 152 cidades paulistas, de acordo com documento da Operação Alba Branca.
Investigado, Chebab, citou membros do governo Geraldo Alckmin(PSDB) que estariam envolvidos no esquema - o ex-secretário da Educação Herman Woorvard, o ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, conhecido como "Moita", e o ex-chefe de gabinete da Educação Fernando Padula.
Em um pedido de grampo telefônico à Justiça, em São Paulo, o delegado Mário José Gonçalvez afirmou que, a partir de um conjunto de provas coletadas, foi possível concluir a existência de um "grande esquema criminoso, que desviou e ainda desvia do prato de comida dos alunos da rede pública alimentos valiosos que são transformados em cifras que acabam banhando a conta bancária de funcionários públicos e de empresários corruptos".
O Ministério Público (MP-SP) alertou outros órgãos de que o golpe da Coaf pode ter ocorrido em outros estados. O órgão sabe que o esquema fraudulento chegou ao Rio de Janeiro.
Um advogado que já trabalhou para a Coaf, criou outra empresa, chamada Conaf, junto com funcionários da cooperativa de São Paulo, e fechou contrato com a prefeitura de Nova Iguaçu.
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