Política goiana pode ver em 2012 queda de seu "último coronel"

Goiás 247_ A História mostra que governos longevos são exceção especialmente em uma democracia. O PMDB, partido que foi hegemônico em Goiás durante 16 anos, pode estar prestes a perder seu poderio em Catalão, quinto município mais rico de Goiás e que durante 12 anos foi um forte reduto peemedebista.

Comandando a cidade, ninguém menos que Adib Elias, presidente regional do PMDB. Durante 12 anos, Adib comandou a cidade com mãos de ferro e chegou a se autoproclamar como o “trator do sudeste goiano”.

Enquanto o partido tentava de recompor da terceira derrota consecutiva na disputa pelo governo de Goiás (1998, 2002 e 2006), Adib se jactava dos altos índices de aprovação da sua gestão. Foram esses índices que garantiram a eleição de seu sucessor, Velomar Rios (PMDB), em 2008. Naquela época, Velomar era desconhecido do grande público e nunca havia disputado um cargo público.

De lá para cá, muita coisa mudou. Velomar fez uma impopular - mal avaliada pela população. Adib teve seu nome envolvido em escândalos de corrupção. Suas contas da prefeitura rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios fizeram com que ele aparecesse na lista dos fichas-sujas.

Tudo isso hoje parece se refletir nas pesquisas de intenção de voto. Adib segue atrás de Jardel Sebba (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, em pesquisas realizadas a pedido dos mais respeitados veículos de comunicação de Goiás, a TV Record, a TV Anhanguera e o Jornal O Popular.

Outro ponto nevrálgico para o peemedebista é ver seu nome envolvido no escândalo Cachoeira-Delta. A construtora foi trazida para Goiás por Adib em 2003, ano em que amealhou um contrato de R$ 28 milhões. Desde então, a Delta se tornou a principal prestadora de serviços da Prefeitura de Catalão.

Durante a operação Monte Carlo, a Polícia Federal também flagrou diálogos comprometedores entre Claudio Abreu, ex-diretor da Delta
Centro-Oeste e Carlinhos Cachoeira, que demonstravam grande intimidade com Adib. Em um deles, os dois combinaram que iriam a Catalão conhecer um terreno de “quatro alqueires” de Adib, o que indica eles mantinham negócios.

Claudio Abreu freqüentava a prefeitura de Catalão e a casa de Adib. A mãe do ex-diretor da Delta, Albertina Salomão, inclusive, foi chefe de gabinete de Adriete Elias, mulher do peemedebista.