PPS denuncia esquema de Cachoeira em Anápolis

Goiás 247_ O escândalo Cachoeira volta a dar expediente em Goiás e dessa vez em Anápolis, cidade base do empresário preso pela Polícia Federal. A denúncia do momento recai sobre os ombros do atual prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT).

O líder do PPS na Câmara Federal, deputado federal Rubens Bueno (PR), denunciou, em pronunciamento no plenário, uma possível negociata com dinheiro público no município, envolvendo Gomide, Cachoeira e o diretor da empreiteira Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu.

Bueno afirmou que Gomide foi pego nas escutas da Polícia Federal articulando, em 2011, um esquema de venda de créditos da prefeitura com a construtura Queiroz Galvão para a Delta Construções que lhe renderia R$ 10 milhões em propina.

Para receber o dinheiro, conforme apontam as apurações da Polícia Federal, Gomide teria proposto que a Delta comprasse, por R$ 4,5 milhões à vista, créditos de R$ 20 milhões que a empreiteira Queiroz Galvão tinha com o executivo municipal. Na sequência, a prefeitura pagaria a dívida original para Cachoeira e a Delta, o que renderia um lucro de 15,5 milhões. Desse montante, o prefeito ficaria com R$ 10 milhões e Cachoeira e Abreu com R$ 5,5 milhões, segundo a denúncia de Rubens Bueno.

“Este é um dos exemplos que apresento para mostrar por que se está enterrando a CPMI; porque muitos partidos temem que o aprofundamento dos trabalhos da comissão revele esquemas de propina e de financiamento de campanhas envolvendo a Delta e outras empreiteiras do país”, disse Bueno.

A reportagem do 247 tentou contato com o prefeito Antônio Gomide, mas não obteve êxito.

Vereadora do PPS já pede abertura de Comissão de Investigação

Rubens Bueno já havia protestado, na terça-feira, contra a suspensão dos trabalhos da CPMI até a eleição. Ele ressaltou que o PPS não vai parar de trabalhar e informou que a vereadora do partido em Anápolis, Gina Tronconi, protocolou pedido de abertura de CEI (Comissão Especial de Investigação) na Câmara Municipal da cidade para apurar as supostas irregularidades com base nos dados da Operação Monte Carlo, da PF.

“Os partidos da base não têm interesse em desvendar um caso como este, mas nós não vamos deixar que essa sujeira seja varrida para debaixo do tapete”, prometeu Bueno. Anápolis, lembrou ele, é o berço do esquema de Carlinhos Cachoeira. Os R$ 20 milhões eram relativos ao pagamento por serviços de coleta de lixo. “A população pagaria a conta”, observou o líder.

Gomide é irmão do deputado federal Rubens Otoni, também do PT, flagrado em vídeo pedindo R$ 100 mil a Cachoeira para usar na campanha eleitoral de 2004.