Prefeitura de BH quer verticalizar mais a cidade
Meta do prefeito Marcio Lacerda (PSB) é apresentar ainda este mês projeto alterando a Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte. Na prática, o coeficiente de aproveitamento dos lotes vai aumentar cinco vezes. Proposta certamente vai gerar muita polêmica
Minas 247 - Polêmica à vista. A Prefeitura de Belo Horizonte tem em mente uma proposta que, na prática, deverá aumentar a verticalização na cidade. Inicialmente prevista para a região do Barreiro -- a mais populosa da capital mineira --, o projeto de lei a ser encaminhado à Câmara Municipal ainda este mês vai, na prática, elevar em cinco vezes o coeficiente de aproveitamento do solo.
A ideia, certamente, vai gerar protestos pela cidade. Uma das principais críticas dos opositores de Lacerda, desde sua primeira gestão na prefeitura, é exatamente o crescimento indiscriminado da capital.
Leia abaixo trecho da matéria de Bernardo Miranda, do jornal O Tempo:
A Prefeitura de Belo Horizonte deve apresentar à Câmara Municipal, ainda em janeiro, um projeto de lei que altera a Lei de Uso e Ocupação do Solo da cidade para permitir a verticalização na região do Barreiro. A região será a primeira afetada pela política de verticalização de corredores viários que será implantada pela prefeitura. A intenção, segundo o Executivo, é aumentar a oferta de residências para comportar o crescimento da cidade e gerar novos centros comerciais com o intuito de reduzir a necessidade de deslocamento dos cidadãos pelo município.
A proposta aumenta o coeficiente de aproveitamento em cinco vezes, passando de um para cinco. Na prática, com essa alteração, quem tiver um terreno de 1.000 m² agora poderá ter uma área construída até 5.000 m². Pela regra atual, o total o máximo permitido de área construída seria os mesmos 1.000 m². A operação urbana é válida somente em um raio de 600 m da estação BHBus do Barreiro, que fica na avenida Afonso Vaz de Melo.
Apesar de considerar necessária a verticalização, o diretor do Conselho Regional de Engenharia (Crea-MG) Clemenceau Saliba destaca que é preciso ter cuidado com a expansão. "Não dá mais para verticalizar a região Centro-Sul , a alternativa é fazer essa expansão em regiões que ainda contam com essa possibilidade, como o Barreiro. Porém, a infraestrutura para receber o maior número de pessoas tem que vir antes, senão, é inevitável o surgimento de problemas. Isso aconteceu, por exemplo, no Buritis. Quando a prefeitura limitou o coeficiente do bairro, as construtoras já tinham ganhado rios de dinheiro e agora os moradores sofrem com problemas viários", alerta. A região do Barreiro já enfrenta dificuldades com acessos precários, como é a situação da avenida Tito Fulgêncio.
Apesar de ter a estação BHBus por perto, moradores também temem o crescimento populacional. "Aqui já está um formigueiro. Tem vez que a gente demora duas horas para chegar ao centro. Imagina com mais gente?", questiona a faxineira Lúcia Crispim, 33.
Além do transporte, Saliba diz que a verticalização pode trazer mais problemas. "Estar perto da Estação BHBus é positivo, mas não tem que pensar só no transporte. Aumentar o coeficiente reduz a permeabilidade do solo, e será que o sistema de drenagem está preparado? O trabalho que está sendo feito no rio Arrudas para evitar enchentes está sendo pensado para essa demanda maior de água que vai vir do barreiro ou as obras levam em conta só a demanda atual?", questiona.
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