Prefeitura estuda ampliar metrô até o Belvedere
Ideia é ampliar o transporte ferroviário urbano de BH da Savassi para o bairro da zona sul, onde vivem pessoas da classe A. Medida melhoraria substancialmente o complicadíssimo trânsito da região, mas não passa de um sonho no momento: por enquanto, sequer houve licitação da expansão para a Savassi
Minas 247 - A Prefeitura de Belo Horizonte estuda a possibilidade de ampliar o metrô da cidade também para o bairro Belvedere, residido por moradores da classe A da capital mineira. A medida, se implementada, melhoraria bastante o tráfego na zona sul, considerado pelos especialistas o principal gargalo do trânsito em BH.
A ideia é ainda muito incipiente. Depende, por exemplo, da viabilização da ampliação do metrô, com a criação de uma nova linha ligando a Lagoinha (perto da rodoviária da cidade, no Centro) à Savassi. Esse trecho, que finalmente ligaria o transporte por trens na capital em duas das regiões de maior movimentação de pessoas e carros (a central e a da Savassi), sequer começou a ser licitado.
A BHTrans já pediu um estudo sobre alternativas para o metrô que devem contemplar a expansão até o Belvedere. O estudo custou R$ 402 mil para o órgão municipal. Segundo a empresa Planum Planejamento e Consultoria Urbana, que está fazendo a pesquisa, o metrô ligando a Savassi ao Belvedere teria demanda de cerca de 10 mil passageiros por hora, nos horários de pico, em 2020. Atualmente, quase 100 mil carros transitam diariamente na principal via que liga os dois bairros, a avenida Nossa Senhora do Carmo.
Leia abaixo a matéria completa de Joelmir Tavares, do jornal O Tempo:
O trecho de metrô subterrâneo entre a Lagoinha e a Savassi nem começou a ser licitado, mas a Prefeitura de Belo Horizonte já avalia a possibilidade de fazer um prolongamento dos trilhos sob a terra, interligando Savassi e Belvedere. A obra é apontada como uma das soluções mais viáveis para melhorar o trânsito no chamado eixo Sul, visto pela Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans) como uma das regiões onde o tráfego é mais crítico na capital. Encomendado pela BHTrans, ao custo de R$ 402 mil, o estudo sobre as alternativas para a área deve ser concluído até agosto.
Já se sabe que a solução é criar um meio de transporte de massa. Das cinco opções propostas, o metrô foi mais vantajoso que o transporte rápido por ônibus (BRT), o veículo leve sobre trilhos (VLT), o veículo leve sobre pneus (VLP) e o monotrilho. "Em todas as comparações, o metrô se mostra mais viável, com melhor desempenho e capacidade, além de menor impacto ambiental e urbanístico", explica o assessor de relações metropolitanas e de metrô da BHTrans, Tomás Ahouagi.
Pelas projeções da Planum Planejamento e Consultoria Urbana, empresa que faz a pesquisa, o metrô Savassi/Belvedere terá uma demanda de 10 mil passageiros por hora, em cada sentido, nos horários de pico, em 2020. A esperança da BHTrans é que, com a nova opção de transporte, quem transita pela região deixe o carro na garagem. Hoje, 95 mil veículos passam diariamente nos dois sentidos da avenida Nossa Senhora do Carmo, principal via de ligação entreas duas áreas.
O estudo preliminar vai servir de embasamento técnico para uma futura intervenção na área. A aprovação da obra, no entanto, depende de decisão política. "Estamos pensando em soluções para o futuro", afirma o coordenador do projeto de expansão do metrô da prefeitura, Márcio Duarte.
Duas rotas para o prolongamento do metrô, no trecho de aproximadamente 12 km, são estudadas. A primeira partiria da Savassi e seguiria o traçado da Nossa Senhora do Carmo e da BR-356, terminando na altura da loja Leroy Merlin, após o BH Shopping.
A segunda é parecida: teria início na região da Savassi, passaria por baixo da Nossa Senhora do Carmo e da avenida Uruguai, no bairro Sion, região Centro-Sul, retornando à linha da 356 na altura da curva do Ponteio.
A construção do metrô entre a Lagoinha e a Pampulha, que melhoraria o acesso ao Mineirão, depende ainda de verba. Para facilitar a ligação entre as duas regiões, a BHTrans está implementando o BRT.
As licitações dos estudos básicos de geotecnia e topografia para a ampliação da Linha 1 e a construção dos trechos 2 e 3 do metrô estão praticamente na estaca zero. A expectativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) é assinar o contrato com as empresas vencedoras até o fim do mês. Elas terão três meses para concluir os serviços.
De acordo com o coordenador do projeto de expansão do metrô da PBH, Márcio Duarte, o compromisso com a empresa que vai executar as pesquisas de geotecnia já recebeu parecer favorável do setor jurídico da prefeitura. A licitação das análises topográficas está mais atrasada porque as concorrentes tiveram problemas de documentação.
A PBH e o governo de Minas estão aplicando R$ 8,3 milhões na realização das concorrências. As análises do solo vão subsidiar a elaboração do projeto executivo, que, para ser licitado, ainda depende da liberação de recursos do governo federal.
Em setembro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff prometeu R$ 2 bilhões para a expansão do metrô. Governo estadual, municípios atendidos e iniciativa privada também terão que investir para que as obras sejam executadas.
