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    Prefeitura ignora apelos e demole casa histórica

    Imóvel em estilo art déco na Rua 20, no centro de Goiânia, avaliado em R$ 1,6 milhão, foi posto abaixo sob alegação de que servia de mocó; grupo de inconformados e vereadores protestaram contra a demolição e houve até princípio de confusão no local; apesar de não ser formalmente tombado, os insatisfeitos argumentam que a casa é sim patrimônio de Goiânia, pois foi construída na década de 1930 e integra o conjunto arquitetônico original da capital

    Prefeitura ignora apelos e demole casa histórica

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    A Redação_ Uma casa antiga, um pedido de destruição e um grupo inconformado. Enquanto as máquinas derrubavam o imóvel, construído na década de 1930, um princípio de confusão foi armado na Rua 20 do Setor Central da capital goiana, na manhã desta quinta-feira (27). As pessoas, que fizeram questão de assistir a derrubada, alegavam que o imóvel seria um bem público, já que a casa tem estilo art déco e foi construída na década de 30, início da ocupação de Goiânia. Em contrapartida a Polícia Militar (PM), uma das partes que solicitou a derrubada, alega que o local não é um patrimônio histórico e cultural.

    Segundo o major da PM, Marcos Aurélio Godinho, a manifestação não tem embasamento. “Temos o documento expedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que comprova que o local não é um patrimônio histórico e cultural”, disse.

    Além disso, ele explica que a casa apresentava alto grau de periculosidade para a população, já que servia de esconderijo para moradores de rua e local para uso de drogas.

    Apesar do documento do Iphan, os inconformados afirmam que o local já faz parte da arquitetura da cidade e que o tempo de construção e a arquitetura fazem com que a casa seja sim, um patrimônio de Goiânia. A residência já foi ocupada pela colunista e estilista Daura Sabino, falecida em 2011, fato que gerou ainda mais revolta na população. A área do imóvel está avaliada em R$ 1,6 milhão.

    De acordo com o comandante do 1º Batalhão da PM, tenente coronel Carlos Henrique da Silva, o mocó servia de local para prática de sexo e prostituição, dentre outros inconvenientes. "A PM procurou o proprietário do imóvel e fez uma pesquisa com a população local para pedir a demolição. o pedido foi aceito por ambos".

    Em nota, a Prefeitura de Goiânia esclareceu que devido à manifestação de um pequeno grupo de pessoas que estava presente durante demolição do mocó, fez-se necessário o esclarecimento de que "a derrubada executada pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semob) foi solicitada de forma conjunta pelo do proprietário do imóvel, pelo 1º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Goiás e pelos moradores da região que circunda o local".

    Reações

    A iminência da demolição foi motivo de protestos de dois vereadores de Goiânia. Pelo microblog Twitter, Djalma Araújo (PT) fez apelos ao prefeito Paulo Garcia (PT) e ao secretário municipal de Obras, Luciano de Castro. Propôs o tombamento e a transformações do imóvel em centro cultural. Em vão. Já Elias Vaz foi além. Pelo Facebook, acusou a prefeitura de acelerar a derrubada da casa para atender a interesses particulares e financeiros em detrimento da preservação da memória de Goiânia.

    (Fotos: Ana Cristina Boaventura)

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