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Produção industrial registra alta em 2012

"O Nordeste está voltando a ter índices industriais cada vez melhores, o que não estamos vendo no Sudeste, até pelo contexto mesmo. Eles são muito mais dependentes de fatores externos do que a gente", afirma o economista e gerente da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas (UEP) da Fiepe, Júlio Becher

Produção industrial registra alta em 2012 (Foto: REBECCA COOK)
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Leonardo Lucena_PE247 – A produção da indústria de transformação de Pernambuco cresceu 1,3% em 2012 comparado ao ano anterior. Em contrapartida, teve um recuo de 3,8% no faturamento, apesar de ter fechado dezembro com alta de 6,3% em relação a igual mês de 2011, de acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).

O aumento na produção industrial pernambucana ficou acima da média nacional, que apresentou queda de 2,7%, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados da Fiepe mostram que também houve redução de 2% no emprego e de 6,7% nas horas trabalhadas no ano passado comparado a 2011. Já a massa salarial aumentou 12,9%. Segundo o economista e gerente da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas (UEP) da Fiepe, Júlio Becher, 2012 não foi um ano ruim para o Estado.

"Estamos comparando um ano, que foi 2012, que sofreu bastante com a desaceleração da economia brasileira com 2011, que foi um ano bom do ponto de vista econômico. Mas 2012 foi um ano bom. Os resultados mostram que Pernambuco e Bahia deram o tom do crescimento da indústria nacional", observou Becher.

Conforme pesquisa do IBGE divulgada nesta semana, enquanto que a produção industrial brasileira apresentou queda de 2,7%, cinco das 14 localidades pesquisadas tiveram alta, com destaque para Pernambuco (1,3%) e Bahia (4,2%) no Nordeste. Também se destacaram Minas Gerais (1,4%), no Sudeste, e Goiás (3,8%), no Centro-Oeste.

"O Nordeste está voltando a ter índices industriais cada vez melhores, o que não estamos vendo no Sudeste, até pelo contexto mesmo. Eles são muito mais dependentes de fatores externos do que a gente", acrescentou.

De acordo com o especialista, o principal motivo para classificar o ano passado como uma temporada positiva para Pernambuco está no baixo nível de emprego e aumento da renda dos trabalhadores. "O nível de emprego teve uma queda muito baixa e a massa salarial aumentou, o que significa que o nível de qualificação está cada vez maior", afirmou.

Becher se mostra otimista quanto à qualificação da mão de obra no Estado. "Desde 2007, quando foram anunciados vários investimentos em Pernambuco, como a refinaria (Abreu e Lima), a Petroquímica, a Fiat, recentemente, houve um movimento do Governo do Estado com atuação proativa da Fiepe para capacitar os trabalhadores", disse o economista.

"Os resultados já mostram que essa qualificação está surtindo efeito, pois a taxa de desemprego está sendo menor, mas estamos reduzindo de forma qualitativa, ou seja, estamos diminuindo o desemprego e as pessoas estão recendo cada vez mais", acrescentou.

O principal responsável pela queda no faturamento da indústria pernambucana foi o setor de produção metálica, que apresentou um declínio de 9,9%. Depois, veio alimentos e bebidas, com decréscimo de 5,3%, seguido de minerais não metálicos (-2,3%), confecções, artigos de vestuários e acessórios (-1,4%) e produção química (-0,1%).

Por outro lado, a queda no faturamento só não foi maior, principalmente, por causa do avanço no setor de máquinas, aparelhos e materiais metálicos, com alta de 11,2%. Em segundo ficou a metalurgia básica (6,5%) e em terceiro artigos de borracha e plástico (6,1%).

A pesquisa abordou, também, o Nível de Utilização de Capacidade Instalada (NUCI), que é a relação entre o que a indústria produziu e o que poderia produzir. O indicador ficou em 75,1%, o que representa um declínio de 2,4% em comparação com o mês anterior e um avanço de 3,9 p.p ante o mesmo período de 2011.

"Quanto maior o nível de capacidade instalada, pior, porque significa dizer que a unidade está produzindo no teto do que é capaz de produzir. Isso é um problema porque elava muitos os custos de produção. As pessoas trabalham em tempo integral, as máquinas ficam ligadas de manhã, tarde e noite", declara Becher.

Porém, o especialista afirma que um NUCI entre 70% e 80% é positivo para a indústria de transformação no Estado porque as "unidades estão operando e têm margem para aumentar a produção, caso haja demanda".

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