“Proinveste não é mais aquele que desenhei, nem o que a oposição queria"

Sergipe 247 – O governador Marcelo Déda (PT) disse nesta segunda-feira (18), durante entrevista coletiva, que as sugestões feitas pela oposição para o projeto de empréstimo de R$ 560 milhões do Proinveste não são impositivos. 

“Haverá uma discussão para se chegar a um acordo. Se inaugurou uma negociação de alto nível, transparente, ética e fundada na constatação de que o Governo tem o direito o dever de buscar recursos para o Estado e a oposição tem o direito e o dever de analisar investimento por investimento e fazer as sugestões que considera corretas”, disse.

Na semana passada, a oposição entregou ao Governo as sugestões de alteração nos projetos de infraestrutura do Proinveste. Segundo o líder da oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), foram sugeridas, entre outras obras, a construção do mercado de Itabaiana e de Lagarto e a criação de uma estada que ligue os municípios de Feira Nova e São Miguel do Aleixo.

De acordo com Déda, o Governo devolverá ainda nesta semana a contraproposta do Governo, com uma série de observações e propostas. “Acho que ao longo de março teremos condições de votar. Não há radicalismo nem vontade de criar obstáculos. Chegaremos a um acordo. O Proinveste não é mais aquele que eu desenhei, nem o que a oposição queria, mas o possível para o bem do povo e do desenvolvimento de Sergipe”, disse.

Dialogar com a oposição

Para Venâncio, se as atuais ações do Governo em torno do Proinveste tivessem sido tomadas há seis meses, estaria tudo resolvido. “Era a única coisa que queríamos e foi feito. O bom é que o Governo observou que precisa dialogar com a oposição, agora que não tem mais maioria na Casa. Entrou em acordo desta vez e pode entrar outras vezes. A nossa linha de oposição é esta. Não vai mudar”, afirmou.

Déda reconhece que não é bom para o Governo ser minoria, mas diz que esta mudança faz com que o Poder Executivo "tenga mais compreensão. "Ajuda a botar a bola no chão, olhar o campo e ter mais humildade. Tudo na vida tem um lado bom e um lado ruim”, frisou. O governador afirma que tem buscado formatar maioria, no entanto, ainda não conseguiu. "Nosso esforço de diálogo continua, mas é preciso dizer que as pessoas, às vezes, não querem apoiar o Governo. Eu fui 10 anos deputado, e não passei um segundo no Governo. Para mim, naquele momento, importava cumprir o papel de oposição”, lembrou.

Neste sentido, Déda disse que vários deputados que integram a oposição têm projetos estratégicos e que, portanto, precisam marcar posição na oposição ao Governo. “Não há nada de assombroso nisso. Tive maioria até o ano passado. Houve divergência na base que inviabilizaram a convivência no bloco. São fatos da política. Não é a primeira vez que ocorre. E nem será a última. O desentendimento de forças políticas hoje aliadas e amanhã adversárias é um fenômeno normal na política. Por que? Porque cada partido tem a sua identidade. Eventualmente, os partidos se unem para construir um bloco. Mas nenhuma coligação é feita sob os votos da eterna união”, explicou, numa referência clara ao projeto liderado pelos irmãos Amorim, que optaram por se transformar em oposição, dentro da estratégia de se  fortalecer politicamente e lançar Eduardo Amorim candidato a governador em 2014.