Projeto quer criar a Lapa de Belo Horizonte
Proposta já aceita pelo prefeito Marcio Lacerda prevê fazer da rua Sapucaí e do entorno da Praça da Estação um polo cultural e gastronômico. Algo semelhante ao que foi feito no bairro da Lapa, no Rio, e em Puerto Madero, em Buenos Aires
Minas 247 - Nos últimos anos, o Centro de Belo Horizonte passou por um processo de revitalização que o tornou mais bonito. Regiões como o entorno da Praça da Estação, onde estão as primeiras ruas criadas na capital mineira, ganharam atrativos, sobretudo estéticos. Aos pouquinhos, algumas atividades, sobretudo culturais, passaram a ser realizadas por lá.
Mas ainda falta muito para o potencial da região. É pensando nisso que a Belotur e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) avaliam propostas para fazer do entorno da Praça da Estação e da rua Sapucaí um polo cultural e gastronômico. Algo muito parecido com a revitalização feita no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, e em Puerto Madero, em Buenos Aires. Antes abandonadas, essas áreas são hoje um dos locais mais visitados por turistas que visitam as respectivas cidades.
Leia abaixo a matéria de Alessandra Mendes e Fernando Zuba, do Portal HD, do jornal Hoje em Dia:
Uma mistura entre o bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, com Puerto Madero, em Buenos Aires, na Argentina, e pinceladas da Cidade Baixa, de Lisboa, em Portugal, com um toque à mineira. Esse é o esboço do que se pretende fazer da região no entorno da Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, com destaque para a rua Sapucaí.
A ideia é transformar a área em um polo cultural e gastronômico, local de passagem para turistas e belo-horizontinos interessados em lazer e entretenimento. O “Circuito da Praça da Estação”, prevê a criação de novos espaços para a realização de eventos democráticos ligados à cultura, arte e música.
O projeto, que visa a revitalização de ruas e imóveis que circundam a praça, já está em curso e os detalhes serão discutidos amanhã, durante reunião entre a Belotur e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
O prefeito Marcio Lacerda já tomou conhecimento da proposta e pediu que a mesma fosse levada adiante. A ideia ainda está no papel, mas a contratação da empresa que vai executar o projeto, o orçamento e a fonte dos recursos devem ser definidos nos próximos dias.
A mudança mais radical está prevista para acontecer na rua Sapucaí, no bairro Floresta, na região Leste. O trecho entre as avenidas Assis Chateaubriand e Francisco Sales deve virar um calçadão, com mesas e espaço aberto para bares e restaurantes.
“Durante o dia, o espaço será destinado a pintores e outros artistas de rua, à noite, música e arte se unem no mesmo local. Um espaço democrático para a cultura”, diz o presidente da Belotur, Fernando Rios.
Além do lazer a céu aberto, a área também deve ganhar banheiros subterrâneos, como os construídos em Copacabana, no Rio, e uma iluminação especial, como a instalada na praça Diogo Vasconcelos, na Savassi.
Após o fechamento de parte da rua Sapucaí, os esforços serão concentrados na destinação adequada de prédios e galpões vazios no entorno da Praça da Estação. Grandes espaços que hoje estão vazios devem abrigar eventos culturais, que hoje acabam sendo realizados em áreas que não valorizam o seu potencial. Mas essa ação é mais complicada e depende da adesão de empresas privadas, por meio de uma parceria com a prefeitura.
Mas o projeto, que ainda está em fase de estruturação, pode esbarrar na política da boa vizinhança. Moradores da região, que ficaram sabendo da ideia de transformar a Sapucaí em calçadão de cultura apenas por boatos e informações extraoficiais, aguardam uma posição da Belotur.
“Não somos a favor, nem contra. Queremos apenas conhecer o projeto para saber de que forma ele vai impactar na vida de quem mora aqui”, afirma a presidente da Associação dos Moradores do Bairro Floresta, Beth Sily.
A desconfiança das pessoas gira em torno de dois problemas específicos: barulho e trânsito. “Quando ocorrem eventos na Praça da Estação, sofremos com o barulho e com o congestionamento das vias. Como um projeto como esse deve atrair muitos frequentadores, os problemas podem aumentar”, ressalta Sily. Ela vai manter contato com a Belotur e a Regional Centro-Sul para pedir detalhes do projeto.
A previsão é a de que as obras na rua Sapucaí comecem em 2013. Tudo deve ficar pronto até 2014, como atração durante a Copa do Mundo. Até lá, a prefeitura tem a missão de convencer os moradores do entorno de que ser “vizinho” do Rio, Buenos Aires e Lisboa, ao mesmo tempo, pode ser uma boa ideia.
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